Um estudo realizado pela consultoria CMS mostra que o compartilhamento de infraestrutura de redes pode gerar economia de 30% de investimentos e despesas operacionais (capex e opex) para operadoras, além de garantir um incremento de até 20% no fluxo de caixa de empresas do setor.
O estudo analisou 76 acordos de compartilhamento de rede, formalizados entre maio de 2021 e julho de 2024, em 46 países. Entre os negócios, a maioria se refere ao ambiente de rede móvel, com 42 acordos, com destaque para o mercado de 5G (27 operações).
A pesquisa ainda concluiu que o desenvolvimento do mercado de compartilhamento de infraestrutura de rede no setor de telecomunicações será crucial para a consolidação da tecnologia 5G, sobretudo em mercados como a América Latina, onde o Brasil se destaca.
No Brasil, o relatório dá ênfase aos acordos envolvendo a venda da rede móvel da Oi, realizado em dezembro de 2020 para o trio composto pelas operadoras TIM, Vivo e Claro.
Também foi objeto do estudo o contrato assinado entre a V.tal e a Vero para fornecimento de infraestrutura de fibra, com alcance para 22 milhões de residências. O relatório ainda analisa o acordo firmado entre Algar e TIM, em 2022, para a criação de uma operadora virtual. O acordo foi firmado após a Anatel homologar a oferta de referência para MVNOs.
Acompanhados por reguladores, os negócios envolvidos referentes ao compartilhamento de infraestrutura de rede têm se expandido com modelos como a formalização de joint ventures, com a participação de operadoras.
Por outro lado, destaca a CMS, instrumentos do mercado de capitais também passam a fazer parte desse ambiente, como títulos de emissão de dívida e empréstimos baseados em ativos.
Superando desafios
Para Felipe Herzog, Diretor de Relações Públicas na American Tower, o compartilhamento de infraestrutura pode ajudar a lidar a superar desafios de conexão de sua população, pois permite que várias operadoras compartilhem a mesma infraestrutura, como torres de celular ou cabos de fibra óptica.
"Isso pode reduzir os custos para as operadoras, tornando mais acessível expandir a conectividade para áreas carentes, como as rurais. Além disso, o compartilhamento de infraestrutura pode ajudar a melhorar a cobertura e a qualidade do serviço, especialmente em áreas rurais onde a construção de novas infraestruturas pode ser personalizada", defende Herzog.
"Ao promover acordos de compartilhamento de infraestrutura entre operadoras, os governos da América Latina podem ajudar a diminuir a exclusão digital e garantir que mais pessoas tenham acesso à conectividade. Além disso, os esforços para melhorar a alfabetização digital e abordar barreiras regulatórias podem dar suporte adicional à expansão do acesso à Internet na região", conclui o executivo.