Cirion acelera execução de projetos no Brasil após venda pela Lumen

Marcos Malfatti, presidente da Cirion no Brasil

Completando quatro meses de separação da Lumen após compra dos ativos da empresa na América Latina pelo fundo Stonepeak, a Cirion está acelerando a execução de projetos de expansão graças a uma maior autonomia após a chegada do novo controlador.

Em entrevista ao TELETIME, o presidente da Cirion no Brasil, Marcos Malfatti, abordou o novo cenário para a empresa. "Nossa expectativa é crescer ainda mais, porque temos como acionista um fundo de private equity com investimentos e dinheiro", sinalizou o executivo. O Stonepeak gerencia quase US$ 50 bilhões em ativos globalmente.

De partida, Malfatti relata um "nível de decisão dos investimentos muito mais rápido" como mudança após a chegada da atual controladora. Projetos que não estavam no planejamento imediato – com uma expansão de 1 mil km de redes de fibra óptica em trecho de alta demanda em São Paulo – receberam sinal verde.

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O mesmo ocorreu com a ampliação do data center da Cirion em Cotia (SP), até então apenas parcialmente orçada. A obra civil de aumento do prédio deve durar cerca de 15 meses e abrir espaço para 400 a 500 novos racks, em abordagem modular para o aumento de capacidade. Em outros países da América Latina, como Argentina e Chile, investimentos em data center também estão sendo realizados.

"Data center tem crescido muito nos últimos dois anos – parte porque fizemos estratégia mais forte de mercado e parte por conta da pandemia. O segmento representava 20% e hoje é mais de 30% do negócio da companhia no País", afirmou Malfatti. Além de Cotia, a Cirion tem data centers tier 1 em Curitiba e Rio de Janeiro.

Metas

Durante os dois primeiros anos da pandemia, a Cirion (ainda como Lumen) registrou crescimentos anuais acima da casa dos 30%. Neste ano, o atingimento das metas fixadas para a empresa (algo em torno de 12%) tem sido mais desafiante por conta da base de comparação alta, relata Malfatti.

Ainda assim, a companhia reporta um salto de 10% nos negócios até o terceiro quartil do ano vigente, na comparação com o mesmo período do exercício anterior. Uma margem Ebitda acima dos 50% também foi apontada como ponto de destaque para uma empresa da cadeia de telecom.

"A gente vende tanto que já vendemos a empresa seis vezes", brincou Malfatti, na conversa com TELETIME. A origem da Cirion remonta à Impsat, adquirida pela Global Crossing ainda em 2006. Posteriormente, o negócio foi comprado pela Level 3 e depois, pela CenturyLink – que efetuou a mudança de marca para Lumen.

A América Latina representava apenas 2% dos negócios do grupo norte-americano quando da proposta do Stonepeak – que arrematou os ativos por US$ 2,7 bilhões. "Mudamos várias vezes, mas os executivos permanecem", nota Malfatti – que, como outros profissionais da Cirion, está na operação desde a Impsat.

Também há contratos atendidos continuamente pela operação desde 1997, afirma o executivo. Hoje, a Cirion soma 3 mil clientes no Brasil (incluindo "praticamente todos os ISPs") e uma operação com cerca de 600 funcionários. Antiga proprietária do negócio, a Lumen segue como parceira estratégica no atendimento dos clientes.

Números da Cirion na região

  • Cabos submarinos (Latam): 36.000 km
  • Cabos metropolitanos (Latam): 19.000 km
  • Cabos long haul (Latam): 31.000 km
  • 18 data centers
  • Cabos metropolitanos (Brasil): 10.648 km
  • Cabos long haul (Brasil): 14.200 km

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