Pesquisa realizada pela consultoria ICTS Protiviti mostra aumento de 50% no número de empresas preparadas para lidar com os requisitos da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Nos últimos seis meses, entre abril e setembro, este número alcançou a marca de 24% de um total de 296 as empresas entrevistadas. Entre outubro de 2019 e março de 2020, este indicador era de 16%.
Ao mesmo tempo, o levantamento atual realizado pela consultoria mostra que, mesmo após a sanção da LGPD, 82% das empresas ainda se mantêm atrasadas com as ações de adequação.
"Em meio à pandemia, houve uma redução no engajamento das empresas, fruto das preocupações que circulavam o momento, como a criação de ações para a sustentação dos negócios. Somado às indefinições da vigência da Lei, tivemos uma redução de 89% no interesse das organizações avaliarem seus processos para a adoção de medidas exigidas pela Lei. Agora, em vigor e com empresas sendo autuadas a partir de outros órgãos, que não a ANDP (Autoridade Nacional de Proteção de Dados Pessoais), que passará a multar apenas em agosto de 2021, as empresas começaram a correr com seus processos", comenta André Cilurzo, especialista em LGPD e diretor associado da ICTS Protiviti.
Criação de normas
A consultoria chama a atenção para o crescimento neste ano da criação de medidas de adequação. Enquanto em 2019 apenas 34,9% das empresas possuíam políticas e normativos, em 2020 este número saltou para 45,2%. Outro percentual que reflete o avanço no preparo das empresas neste ano é o mapeamento dos dados pessoais sensíveis, que pulou de 23,3% no ano passado para 35,5% neste ano. Outro dado que chama a atenção no comparativo é a estrutura de proteção de dados, que sai de 17,1% para 32,3%.
Confrontando-se o nível de adequação das grandes empresas, que representam 22,1% das 296 organizações pesquisadas, versus as micro e pequenas empresas, que somam 45,1%, nota-se que as grandes empresas afirmam estar em média 50,2% mais preparadas do que as micro e pequenas. Esta diferença reflete não apenas na maior capacidade de alocação de recursos para adequação, mas também a compreensão das grandes empresas de que estarão no foco das ações de fiscalização em 2021, segundo a consultoria.