A oferta do 5G via acesso fixo sem fio (FWA) é considerada pela indústria uma das aplicações mais maduras comercialmente da quinta geração de redes, inclusive para pequenos provedores, mas também deve representar um desafio de sustentabilidade para interessadas.
O assunto foi abordado por companhias como Claro e Huawei nesta quarta-feira, 2, durante o evento Telco Club. Para o diretor de engenharia da Claro, Andre Sarcinelli, o FWA é o serviço mais próximo de se tornar a "killer application" do 5G. Ainda assim, o executivo não acredita que o retorno financeiro da aplicação será suficiente para justificar o investimento massivo previsto com a troca de gerações.
"O use case da banda larga fixa vai ser muito usado, mas não deveria ser o se case que paga a infraestrutura", afirmou Sarcinelli. O diretor da Claro destacou o alto custo de um roteador 5G, que rondaria os US$ 600 ou R$ 5 mil (quando incluídos impostos e taxas do Brasil), contra US$ 70 de um roteador convencional. O valor dificultaria o comodato do equipamento para clientes, como realizado hoje em serviços de Internet fixa.
Pequenas
Já o diretor de soluções integradas da Huawei do Brasil, Carlos Roseiro, afirmou que em outros mercados, operadoras de menor porte têm sido players bastante agressivos na oferta do 5G FWA.
Segundo o executivo, no Brasil o serviço fixo 5G poderia ter uma proposta de valor similar à da banda larga via fibra. Contudo, o FWA sendo complementar na rede ótica dos pequenos provedores seria um caminho bastante provável, avalia o profissional.
Hoje, a provedora regional Americanet e a TIM (que tem operação reduzida de Internet fixa na comparação com outras grandes empresas) já realizam testes da tecnologia FWA no Brasil, enquanto outras operadoras estudam a opção.