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Oi tem assessor financeiro para venda da móvel, mas ainda não iniciou discussões formais

Foto: Pixabay

A Oi está atenta ao interesse de outros players em sua unidade móvel, mas o momento é apenas de prospecção, segundo informou o COO, Rodrigo Abreu. Durante teleconferência de resultados trimestrais nesta segunda, 2, o executivo confirmou a ajuda de uma assessoria financeira para essa tarefa, embora ainda não tenha divulgado qual empresa teria sido escalada para essa atividade. “Temos ouvido a declaração de colegas, que mostram interesse no caso desse ativo [a Oi Móvel] eventualmente estar disponível”, declarou. 

“Com isso, decidimos ter a ajuda de uma assessoria financeira, e iniciamos o processo para entender o valor real do negócio móvel, e assim poderemos avaliar como ele é reconhecido para gerar valor aos acionistas.” Abreu, contudo, foi rápido em adicionar que o auxílio não significa nada efetivo. “Estamos usando assessoria financeira, mas não temo discussões formais ou negociações no momento.” 

Em novembro, o vice-presidente de operações da Telefónica, Ángel Vilá, havia dito que a Oi já teria entrado em contato por meio de assessores visando a possível venda da unidade móvel. Na época, a companhia demonstrou interesse. Antes, em janeiro, o Bank of America Merrill Lynch foi contratado pela Oi como assessor financeiro para prospecção não apenas de ativos non-core, mas também para “oportunidades de M&A [fusão e aquisição]”.

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Mesmo com a possibilidade de venda do negócio de mobilidade, a Oi ainda tem interesse no leilão de 5G, considerando que a empresa pretende ter participação indireta por meio do fornecimento de capacidade na fibra no atacado para a infraestrutura de outras teles na tecnologia móvel. Ainda assim, a empresa considera a “oportunidade de participação direta” no certame, o que está previsto no plano estratégico. Porém, ainda sem a definição de como será o edital, Abreu prefere ser cauteloso. “Acreditamos que é mais provável ter um atraso no leilão”, declara. “Agora, a discussão é para o final do ano que vem ou começo de 2021. Poderemos operar em ambos os casos.”

Apesar do início do processo de prospecção de possível venda, durante a teleconferência Rodrigo Abreu ressaltou que a unidade móvel tem gerado valor para a empresa, sobretudo com o foco na migração para pós e controle, melhorando o mix da base (o mix da receita já é composto de 53% para pós e 46% para pré-pago) e sem ser um grande componente consumidor de caixa da companhia. Apesar de a operadora ter menos espectro que a concorrência, há outros elementos de infraestrutura nos quais a tele acredita ter vantagem competitiva – a fibra. “Por controlarmos um dos grandes componentes de custo associado ao tráfego, o transporte e o backhaul, isso nos permite focar no acesso e em áreas onde realmente importa”, declara. Assim, a Oi tem focado na expansão da cobertura 4G e 4,5G com o refarming em 1,8 GHz, “especialmente no Nordeste e no Sul”. 

Abreu diz ainda que a fibra permite à operadora ser mais agressiva no móvel ao trazer novos consumidores e melhorar a qualidade. Ele também cita que é possível fazer investimentos “mais seletivos”, e não necessariamente em novos sites, uma vez que a empresa conta com acordos de compartilhamento de espectro (RAN Sharing) com a TIM e com a Vivo. 

Outros ativos

O que está definido já desde o plano estratégico divulgado em julho é a venda de ativos non-core. “A companhia espera poder começar a dar boas notícias nos próximos meses”, declara o COO da operadora.

A primeira venda a ser finalizada deverá ser a participação da Oi na angolana Unitel. Abreu não deu detalhes maiores citando a confidencialidade da transação, mas ressaltou que, por ter sido iniciada há mais tempo, a operação deverá ser a primeira a ser concluída ainda neste mês. “Temos confiança que será finalizada até o final do ano”, declara, ressaltando que o processo também inclui a venda de participação da PT Ventures em Portugal. 

Além do desinvestimento na Unitel, a Oi também conta com a repatriação de dividendos da empresa angolana. Rodrigo Abreu diz que essa é uma das “rotas diferentes para adicionar valor” e que já começa a dar frutos. “Não dependemos de um evento único, continuamos a olhar alternativas.” O valor seria próximo de US$ 330 milhões. 

A venda de torres é considerada pela Oi um procedimento mais simples, e por isso seria a segunda etapa da estratégia de desinvestimento. A empresa espera a conclusão de um processo de due dilligence em seu portfólio para poder extrair o máximo de valor dos ativos. Esse processo deverá ser rápido, e com conclusão esperada no final do primeiro trimestre de 2020. 

O próximo grupo de ativos a entrar nas vendas será o de imóveis. A companhia já obteve anuência da Anatel para a venda imediata de alguns prédios, e outros estão passando pelo mesmo processo na agência. Um dos aprovados é o prédio Polidoro, no Rio de Janeiro, onde a Anatel já executou uma due dilligence “bem sucedida” e pelo qual a tele espera obter R$ 120 milhões. Além disso, há foco em cinco ativos considerados bens não reversíveis, totalizando R$ 300 milhões “nos próximos meses”. 

Somados, são seis ativos que podem gerar um total de cerca de R$ 400 milhões. A expectativa é de conclusão até o final do primeiro semestre. Abreu lembra, contudo, que se trata de um portfólio bem mais abrangente. “Obviamente, é muito difícil vender 8 mil peças em curto prazo, mas quando acontecer, gerará entre R$ 1,5 bi e R$ 2 bilhões em vendas de imóveis. Um quarto disso é concentrado em poucos ativos, então isso fica mais fácil”, explica.

Em seguida no cronograma está a venda de data centers, que também deverá acontecer no primeiro semestre. A Oi diz já estar com o processo em andamento com interessados. Depois, terá a venda de fibra non-core, que também passa por due dilligence e que deverá acontecer em meados de 2020.

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