Oi reduz receitas e aumenta prejuízo no terceiro trimestre

A Oi voltou a apresentar redução nas receitas e aumento no prejuízo no balanço financeiro do terceiro trimestre. Conforme divulgado ao mercado nesta segunda-feira, 2, a empresa continuou a experimentar tendências de trimestres anteriores, que resultaram também no aumento do fluxo de caixa negativo e na dívida líquida. 

A receita líquida total da Oi foi de R$ 5,001 bilhões no terceiro trimestre, uma redução de 8,8%. No acumulado dos nove meses, foi de R$ 15,223 bilhões, com mesmo índice de queda de 8,8%. Considerando somente os negócios do Brasil, a receita líquida de serviços foi de R$ 4,917 bilhões no trimestre, com redução de 8,6%, e de R$ 14,960 bilhões no acumulado, queda de 8,8%. 

Ainda com impacto de queda de tráfego de voz, a receita de serviços residenciais foi a que mais representou queda para a operadora. No trimestre, totalizou R$ 1,803 bilhão, com redução de 13,5%; enquanto no acumulado a queda foi de 13,4%, total de R$ 5,541 bilhões. A operadora afirma que houve compensação parcial por conta de crescimento de receita de dados em mobilidade pessoal, em FTTH e no TI do corporativo. Segundo a Oi, a receita da fibra alcançou crescimento médio mensal de 20% ao longo do ano. 

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A receita de mobilidade pessoal entre julho e setembro foi de R$ 1,726 bilhão, redução de 2,2%. De janeiro a setembro, foi de R$ 5,116 bilhões, queda de 3,3%. O B2B caiu 7,9% no trimestre (total de R$ 1,357 bilhão) e 7,8% no acumulado (R$ 4,192 bilhões). 

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) de rotina da companhia totalizou R$ 979 milhões no trimestre, uma queda de 32,9%. No acumulado dos nove meses, a redução foi de 25%, total de R$ 3,448 bilhões. A margem EBITDA de rotina caiu 7 pontos percentuais e ficou em 19,6% no trimestre, enquanto na soma do ano foi de 4,9 p.p., ficando em 22,6%. Considerando a norma contábil IFRS 16, o EBITDA de rotina foi de R$ 1,374 bilhão no trimestre e de R$ 4,600 bilhões no acumulado do ano. Como a norma não era utilizada em 2018, a companhia não exibe comparativos.

A Oi encerrou o período de julho a setembro com um prejuízo líquido de R$ 5,747 bilhões, mais do que quatro vezes acima do registrado no ano passado. No acumulado do ano, o prejuízo foi de R$ 6,738 bilhões, contra lucro de R$ 27,949 bilhões em igual período de 2018 (quando a companhia iniciou o plano de recuperação judicial e executou capitalização). 

A dívida líquida da empresa aumentou 34,1% no comparativo anual, fechando setembro com R$ 14,731 bilhões. O caixa disponível foi reduzido em 38,2%, totalizando R$ 3,192 bilhões. Ainda assim, a empresa aumentou em 35,2% o Capex no trimestre, totalizando R$ 2,065 bilhões. No ano, os investimentos foram em um total de R$ 5,851 bilhões, aumento de 45,5%. 

A empresa encerrou o terceiro trimestre com um fluxo de caixa operacional de rotina negativo em R$ 1,086 bilhão (contra R$ 67 milhões negativos no ano passado). No ano, o fluxo também foi negativo em R$ 2,403 bilhões, contra um resultado positivo em 2018 de R$ 573 milhões. A companhia diz que o resultado foi principalmente em função da aceleração de investimentos no período e das receitas menores, que impactaram o EBITDA.

Operacional

Nos dados operacionais, a Oi encerrou setembro com 55,191 milhões de unidades geradoras de receita, queda de 6,2%. No residencial, houve a maior queda: de 10,8%, total de 13,532 milhões de UGRs. A banda larga fixa tinha 4,531 milhões de acessos (queda de 9,7%), enquanto a telefonia fixa ainda tem 7,480 milhões linhas (redução de 12,8%). A TV paga caiu 3,6% e ficou com 1,522 milhões de contratos. 

A fibra até a residência continua sendo um foco para a operadora, que afirma ter 3,6 milhões de homes passed ao final do trimestre (e em outubro, já chegou a 4 milhões de HPs). Desses, 1,130 milhão foram construídos somente entre julho e setembro. A operadora diz estar operando com capacidade para construir aproximadamente 400 mils HPs por mês, e que o objetivo é encerrar o ano com 4,6 milhões. Até o final de 2021, a meta é de 16 milhões de homes-passed em FTTH. Atualmente, são 408 mil casas conectadas, uma taxa de ocupação de 11,4%, mas considerando os dados de outubro, esse percentual já sobe para 12,3%. A Oi possui 363 mil km de fibra no País.

Na móvel, houve queda de 4,8%, total 34,703 milhões. Desses, 25,670 milhões são no pré-pago (queda de 11,8%), e 9,032 milhões no pós-pago (incluindo controle, "serviços móveis convergentes" e modem 3G), um avanço de 22,8%. A tele tem cobertura 2G em 3.453 municípios, enquanto o 3G chega a 1.645 cidades. O 4G chega a 936 localidades (aumento de 12%), e o 4,5G (LTE-Advanced) está em 42 cidades.

E no B2B, houve aumento de 2,1% nas UGRs, total de 6,702 milhões. A companhia ainda tinha 254 telefones públicos em setembro, uma redução de 60,3%. A estratégia do segmento, afirma a Oi, é intensificar a oferta de soluções digitais e de TI, melhorando o mix de receitas e atendendo à demanda em crescimento. 

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