Nem todo compartilhamento de rede é vantajoso, diz executivo da AT&T

Em um cenário de expansão de consumo de dados em decorrência do aumento da banda larga móvel, o compartilhamento de infraestrutura de rede parece fazer cada vez mais sentido. Mas o vice-presidente assistente de políticas públicas globais da AT&T, Richard N. Clarke, alerta que é necessário realizar um estudo aprofundado antes de considerar essa opção, já que nem sempre isso significa que será vantajoso para as operadoras. "Só porque é tecnicamente possível, não significa que seja eficiente economicamente", declara. "Quais as implicações competitivas? Mesmo que a economia seja teoricamente viável, pode ter problema." Clarke apresentou seu estudo nesta terça-feira, 2, no ITS 2014, no Rio de Janeiro.

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Ele explica que, se o compartilhamento for voluntário, dependerá de condições como degradação, escassez de infraestrutura, dificuldade em coordenação, congruência de tecnologia e visão, escala de compartilhamento e valor de diferenciação de produto. E o potencial competitivo entre as duas companhias precisa ser mantido.

O compartilhamento de espectro (RAN sharing), explica Clarke, já é feito de forma bem intensiva no mundo, e pode ser feito baseado em blocos e em geografia, com reuso de frequências em antenas separadas ou de faixas momentaneamente ociosas (no modelo de licenciamento ASA). "O compartilhamento de espectro é algo viável e há provavelmente mais maneiras de fazer isso", diz. Já o uso conjunto de infraestrutura envolve a rede de acesso de rádio, mas envolve também antenas e backhaul. Tem ainda a porção do core de rede e os sistemas de serviço de provisionamento, como OSS/BSS, que é compartilhando com operadoras móveis virtuais (MVNOs).

Há ainda categorias de compartilhamento, como o passivo, no qual a infraestrutura é dividida entre as empresas – como no caso de empresas de torres que alugam os ativos – e também é considerado comum e com vantagens econômicas. "O compartilhamento de RAN passivo pode aumentar a competição onde as células são escassas, como áreas urbanas, ou caras, em áreas rurais, por exemplo." Já o compartilhamento de RAN ativo é mais difícil. "Não importa se é HSPA, CDMA… Você sempre precisará da torre, do hub de equipamentos e do backhaul. É possível, mas tem que ter acordos bem profundos, usando a mesma tecnologia, e isso acaba levando ao compartilhamento passivo também", explica Clarke.

Segundo o representante da AT&T, o compartilhamento de espectro "puro", ou seja, na mesma frequência e geografia, é mais difícil. No entanto, na medida em que "os serviços forem dissimilares e não sofrerem muito com interferência, pode ser econômico". No caso de serem similares, poderá ser ter menos economias, "a menos que a intensidade de uso de uma das partes seja baixo, como Wi-Fi e rádio cognitivo, que usam intermitentemente o mesmo espectro".

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