Telecom Italia nega influência da Telefónica em transações

A pedido da Commissione Nazionale per le Società e la Borsa (Consob), a Telecom Italia precisou esclarecer duas das transações que viraram ponto de partida para o plano industrial 2014-2016 da holding: a emissão de títulos conversíveis em ações ordinárias e a venda da participação majoritária na Telecom Argentina. Em comunicado enviado ao mercado nesta segunda-feira, 2, a empresa se defendeu de observações que punham em dúvida a validade das operações, negando influência principalmente da Telefónica nas operações.

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Segundo a empresa, os atuais acionistas tinham prioridade na aquisição de títulos conversíveis em ações, que procurava levantar um total de 1,3 bilhão de euros. Segundo a empresa, três subscritos tiveram tratamento de prioridade. A empresa diz que a Telefónica, acionista com 66% do capital e 46,18% do capital com direito a voto da Telco (que, por sua vez, detém 22,387% do capital da Telecom Italia), também pediu tal tratamento para um pedido de investimento de 103 milhões de euros em títulos.

Foi preciso explicar também porque houve investidores norte-americanos, apesar de o anúncio original da emissão ter especificado que isso não seria feito nos Estados Unidos. Trata-se da BlackRock, multinacional de investimentos e gestão de ativos que investiu 200 milhões de euros e foi o maior subscritor, com 15,38% do total. Segundo a Telecom Italia, o investimento foi permitido apenas devido à "alta qualidade do investidor", que detém 5,133% das ações ordinárias da holding, e porque a empresa se mostrou disposta a investir mesmo com a emissão fora dos EUA.

Destinação

A companhia garante que o uso do montante será para focar na estruturação da venda dos ativos da Telecom Argentina e no fortalecimento do plano industrial 2014-2016. A conversão dos bonds acontecerá em novembro de 2016, quando vencem os títulos da empresa. Enquanto isso, o caixa gerado vai permanecer disponível para a Telecom Italia Finance, que será investido, de acordo com a política do grupo, em instrumentos de mercado de risco de nível médio e baixo e/ou no mercado de títulos.

A Telecom Italia ainda precisará atender a três demandas da Consob: a reconstrução cronológica do processo de tomada de decisão para a operação de emissão dos bonds; as opiniões da companhia e do board de auditoria de contas sobre o timing e os acordos envolvendo a assembleia de acionistas na decisão da operação; e as considerações da companhia e da auditoria na relevância da subscrição de títulos pela Telefónica com provisões sobre as transações com as partes relacionadas. A companhia prometeu responder isso com uma reunião do board na quinta-feira, 5.

Venda da Telecom Argentina

A Consob também pediu esclarecimentos do processo que levou a Telecom Italia a vender sua fatia na Telecom Argentina. De acordo com a holding italiana, todo o processo teve acompanhamento de analistas e auditores, e as reuniões que levaram à decisão por aceitar a proposta do grupo Fintech excluíram os diretores Cesar Alierta e Julio Linares, respectivamente chairman e vice-chairman da Telefónica.

Houve ainda a preocupação de que o interesse da acionista Assicurazioni Generali pela venda pudesse trazer influência direta, mas que foi resolvida após a resolução do board de desconsiderar tal influência e finalizar a transação. A desconfiança era a relação entre o grupo Generali e o Werthein Group, acionista indireto da operadora argentina por meio de parceria minoritária da Telecom Italia na Sofora. O grupo italiano tem 22,72% do capital da operadora argentina por meio das subsidiárias Telecom Italia International, Sofora Telecomunicaciones, Nortel Inversora e Tierra Argentea.

 

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