A Embratel StarOne está combinando redes de satélites geoestacionários (GEO), de baixa órbita (LEO) e também rede terrestre para atender demanda de conectividade em um contrato com o Ministério da Saúde, em caminho "multi-órbita" que deve se tornar comum daqui em diante.
O cenário foi explicado nesta quarta-feira, 2, pelo diretor geral da StarOne, Lincoln Oliveira. Ele participou do segundo dia do Congresso Latinoamericano de Satélites – promovido no Rio de Janeiro pela Glasberg Comunicações em parceria com TELETIME.
"Temos seguido a linha de ser um integrador que fornece serviço fim a fim para clientes, e em casos onde têm se mostrado necessário, fazemos esse serviço multi-órbita. […] Temos um cliente nesse modo de operação: o Ministério da Saúde brasileiro, onde temos a rede InfoSUS".
Segundo Oliveira, a prestação passar por uma série de interligações com Internet e SD-WAN utilizando rede terrestre, acesso via satélites GEO (a partir da frota de cinco artefatos do grupo) e também acesso a uma constelação LEO que fornece capacidade como um "insumo industrial", nas palavras do executivo.
O diretor geral da StarOne não revela qual a fornecedora de redes de satélites LEO vem sendo utilizada no projeto, mas hoje apenas duas constelações com o perfil estão ativas no Brasil: a Starlink e a OneWeb. A relação, contudo, não se classificaria como uma revenda, destaca Oliveira.
"Nós somos operadora GEO tradicional e estamos entrando na multi-órbita sem ser investidor ou proprietário de uma constelação. Devemos seguir esse caminho por muito tempo", apontou o diretor da StarOne.
Gerenciamento
Entretanto, para a integração multi-órbita são necessárias iniciativas de orquestração e uma camada de gerenciamento, aponta a StarOne. Para permitir isso, foram inclusive desenvolvidas na empresa plataformas para gerenciar o "insumo" oriundo da constelação LEO utilizada.
"Podemos prestar o serviço completo a ponto que o cliente nem perceba que vem de LEO ou MEO", afirmou o profissional da empresa do grupo Claro, incluindo também a média órbita na equação. Oliveira recorda que acordos de nível de serviço (SLA, na sigla em inglês) seguem sendo exigidos por clientes em arranjos do gênero, mesmo em casos onde parceiras não ofereçam tais garantias.