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Redes neutras podem trazer mais competição, afirma superintendente da Anatel

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Foto: Pikerepo

A venda do ativo de infraestrutura de rede da Oi, InfraCo, pode representar um reforço no modelo de negócios de rede neutra, na opinião do Superintendente de Competição da Anatel, Abraão Balbino. Ele enxerga que isso mostra um novo caminho para o mercado.

“Não é um player a menos no mercado, mas pode representar uma nova forma de fazer surgir mais agentes de serviços”, disse Balbino, em live realizada nesta sexta-feira, 2, pelo portal Tele.Síntese.

Balbino lembrou que no sistema regulatório brasileiro de telecomunicações não há nenhum impedimento para redes neutras, seja na infraestrutura física ou móvel. “Redes neutras fixas já existem. E no móvel também. O caso da Surf Telecom é isso. Ela é uma operadora que atua na forma de rede neutra. Prestar telecomunicações não é uma relação varejista. Prestar telecomunicações é ter insumos e colocar eles disponíveis”, argumentou.

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O superintendente diz que atualmente o setor de telecomunicações brasileiro tem baixa concentração e uma alta rivalidade no varejo. “E quaisquer movimentos de consolidação que existirem devem manter níveis que já alcançamos. Esses ganhos, por exemplo, estão nos debates sobre preços de varejo. Nunca a Anatel debateu isso porque existe uma boa competição nessa área”, afirmou o representante da Anatel.

Evitando desperdício

Diretor de Estratégia e Transformação da Oi, Rogerio Takayanagi diz que a Oi se enxerga como uma operadora de infraestrutura mais abrangente. “Cada vez mais o valor está na especialização. No nosso caso, estamos em um processo de transformação muito grande, e separamos o negócio de clientes do negócio de infraestrutura”, disse o executivo.

Na visão do diretor da Oi, todos os modelos de negócios, de todos os setores da economia, vão exigir conectividade. “A tecnologia mudou o mercado. No que tange à infraestrutura, o mundo inteiro está indo em busca de uma sinergia para as redes neutras. Há duas décadas tivemos um debate sobre unbundling, e agora estamos falando de redes neutras”, disse Takayanagi.

“Como a Oi pode ser talvez seja a maior rede neutra do País, o tipo de investimento que você consegue atrair para a rede neutra é diferente do para uma operadora de varejo. Você consegue atrair um recurso mais eficiente, menos custoso. E devemos evitar o desperdício. E isso força as empresas a gerar eficiência para as contas”, defendeu o representante da Oi.

Infra companies

Rodrigo Leite, sócio diretor da Advisia OC&C Strategy Consultants, aponta que hoje existem diversos investidores interessados em “infra companies”, que também se interessaram por ISPs. “Então existe um contágio que tornou o mercado de 2020 muito aquecido. E sem dúvidas, a Oi inaugurou esse debate”, disse o consultor.

“O mercado de provedores sempre esteve aquecido, seja por surgimento de novos provedores, seja por fusões entre provedores. À medida que o mercado começou a prestar atenção nos provedores, entre 2017 e 2020, tivemos uma grande injeção de capitais. E especialmente em 2020, com o advento da InfraCo da Oi, isso aqueceu mais ainda as possibilidades de negócios de provedores”, apontou o sócio da Advisia.

Ele lembra também que entre 2015 e 2016, era notório a ausência da Oi nesse mercado. “Em pouco tempo, em 2020, isso mudou e hoje a operadora está capitaneando o debate sobre infraestrutura”, disse. Soma-se a isso, diz Leite, o advento das teles buscando dinheiro com fundos para investir em infra, com taxas de juros menor, o que tornou estes processos que são de longo prazo interessantes.

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