Bava espera aprovações regulatórias até o final do ano

O CEO da Oi e da Portugal Telecom, Zeinal Bava, está otimista em relação à aprovação da proposta de fusão entre as duas operadoras, que visa à simplificação societária das empresas. Em conferência para analistas, o executivo disse que, após a aprovação com os acionistas para o aumento do capital, os próximos passos serão tomados em 150 dias. "Até o final do ano achamos que as questões regulatórias estarão aprovadas", disse Bava. Ele explica que conta com um time que está trabalhando "agressivamente" para conseguir fechar o acordo entre março e abril, dando uma estimativa "otimista de cinco meses" para concluir a transação.

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O CEO reiterou que a aprovação do aumento de capital vai precisar da aprovação dos acionistas votantes de ambas as empresas, mas garante que isso será resolvido. "Estamos trabalhando para que essa transação seja para o melhor interesse dos acionistas", disse ele. Os acionistas da Oi, tanto das ações ordinárias quanto das preferenciais, terão prioridade na subscrição do aumento de capital da operadora. "Mas não será possível trocar a prioridade. Não significa que poderá vender isso (o direito) para qualquer outro", declara.

Bava garantiu que o aumento de capital em dinheiro de R$ 8 bilhões, inclui os R$ 2 bilhões que seriam garantidos pela BTG Pactual e contribuições  das empresas AG Telecom Participações e LF Tel. "Para o mercado é bom ver que os acionistas existentes estão colocando investimento nessa companhia. Até onde eu sei, já vão ter esses R$ 2 bilhões para investir; e a AG e a LF Tel vão investir, eu sei de fato." A Portugal Telecom é acionista com 35% da LF Tel e da AG Telecom.

Não ficou claro ainda a participação do BNDES, que o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, já afirmara que não deverá promover aumento de capital. O banco diz apenas que está analisando o cenário. O mesmo vale para os fundos de pensão brasileiros, que não se manifestaram.

Brasileira com certeza

Depois da transação, a ideia é que a nova empresa, a CorpCo, tenha controle pulverizado. Entretanto, a participação no EBITDA da companhia brasileira no grupo é de 69,4%, contra 28,4% da Portugal Telecom (2,2% são das operações na África Ásia); e nas receitas a proporção é de 75,2% da brasileira para 21,8% da portuguesa. Ainda assim, os acionistas da PT deverão ter 38,1% da CorpCo (que é a média entre o mínimo de 36,6% e o máximo de 39,6% previstaos no memorando de entendimento). Assumindo que a particpação dos acionistas brasileiros ficaria em torno de 30%, um analista questionou Bava sobre tal discrepância, e o executivo limitou-se a dizer que, assim como a mudança das ações ON e PN para uma única modalidade (que na verdade são regras do modelo de governança corporativa do Novo Mercado), trata-se de algo natural. "É uma visão de mercado", desconversou.

Ainda assim, ele assegura que, apesar disso, a CorpCo terá 75% dos negócios operados a partir do Brasil, com o restante em escritórios em Portugal. "A companhia será conduzida no Rio de Janeiro, então será uma empresa brasileira", esclareceu. "Por todos os propósitos, claramente vamos ser construídos como uma companhia brasileira, então os ratings serão do Brasil."

Durante a conferência, que contou ainda com a participação do CFO da Oi, Bayard de Paoli Gontijo; e da PT, Luís Pacheco de Melo; foi reiterado diversas vezes que o objetivo da simplificação da estrutura societária visa à geração de caixa na companhia. A ideia é mostrar, ao longo dos próximos trimestres, os resultados da melhoria trazida pela sinergia. "No mercado brasileiro, a demanda do consumidor está chegando a lugares onde a Oi tem posição única, e poderemos lá aumentar o nível de confiança", afirma Zeinal Bava, citando exemplos como Ceará em Pernambuco, onde a Oi é incumbent e conta com participação de mercado móvel na casa dos 30%.

Um investidor questionou o fato de que a mesma sinergia já ter sido prometida quando a PT entrou no controle da Oi e, agora, estar sendo novamente contabilizada.

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