Para entender as implicações da fusão entre Oi e Portugal Telecom, é preciso ler os documentos divulgados em Portugal, onde há alguns detalhes não encontrados nos documentos divulgados no Brasil. É pelos documentos portugueses que compreendemos, por exemplo, que haverá, nos bastidores da fusão, o aporte por parte da Portugal Telecom na subscrição de debêntures conversíveis da LF Tel e da AG Telecom, que depois subscreverão debêntures conversíveis da controladora da Oi, a Telemar Part. (TPart), com vistas a zerar a dívida da TPart. No total, essa operação terá um montante de R$ 4,5 bilhões.
Não está claro, contudo, se esse dinheiro irá para os acionistas Andrade Gutierrez e Jereissati, já que as operações envolvendo as empresas desses dois grupos não estão detalhadas no Brasil. Mas, aparentemente, é isso que está dando aos acionistas brasileiros Andrade Gutierrez e Grupo La Fonte o conforto necessário para abrirem mão do controle da Oi. Mas ao que tudo indica que a dívida da TPart passa a ser da CorpCo.
Além disso, os acionistas da TPart precisarão segregar os ativos que não são ligados à Oi para assegurar a fusão, entre eles a Contax, que deixa de ter participação da Portugal Telecom.