A partir da próxima sexta-feira, 1, a Oi inicia a venda de chips pré-pagos no Estado de São Paulo em mais de 100 mil pontos de venda. As linhas serão ativadas, no entanto, a partir de 24 de outubro, quando as 80 lojas franqueadas da operadora começam a funcionar também com a oferta de planos pós-pagos, que não foram divulgados neste primeiro momento. A Oi preparou uma oferta bastante agressiva para os clientes pré-pagos que adquirirem os chips até dia 23 de outubro: os clientes terão direito a R$ 20 de crédito por dia (não cumulativos) para fazer ligações locais para Oi ou telefone fixo, enviar mensagens de texto para qualquer operadora no Brasil e também fazer longa distância pelo 31 para Oi ou Oi Fixo. Durante os três primeiros meses não será necessária recarga mínima para usufruir do benefício. Depois disso, a promoção pode continuar por mais nove meses, mediante uma recarga mensal de no mínimo R$ 10. O chip está sendo vendido por R$ 20, mas a empresa tem uma embalagem promocional com dois chips por R$ 31.
Na oferta da Oi, chama atenção que não apenas as ligações intra-redes estão dentro da promoção, mas também as ligações locais para a rede da Telefônica ou da Net/Embratel. Perguntado se a operadora não temia ser acusada de praticar dumping – uma vez que precisa remunerar a rede da concorrente para terminar as chamadas – Roderlei Generali, diretor de mercado da Oi em São Paulo, disse que a empresa "não vê dessa forma" porque seria uma oferta promocional. A oferta promocional, no entanto, pode durar até um ano se o cliente colocar no mínimo R$ 10 por mês nos nove meses subseqüentes. "Isso não é subsídio, é investimento, que será recuperado quando o cliente decidir se manter na nossa base", disse ele. Segundo o executivo, a Oi tem a menor taxa de churn do mercado.
Terceira geração
No final de agosto, em entrevista a este noticiário, Roderlei informara que a Oi chegaria em São Paulo com oferta de terceira geração nas principais regiões, o que não aconteceu. Segundo ele, a rede (que conta com cerca de 2 mil ERBs cobrindo 90% da população) é de terceira geração, mas a empresa decidiu ativar o serviço apenas no primeiro trimestre de 2009. "Uma rede de terceira geração tem uma sintonia fina diferente. Optamos por lançar agora apenas o 2G para poder fazer tordos os testes necessários e não confundir o cliente com muitas ofertas", afirma Generali. A oferta de 3G prevista para 2009 prevê tanto os planos de dados para celular como o modem para banda larga móvel.
O executivo disse que o objetivo da empresa é ser líder de mercado em São Paulo, mas não revelou em quanto tempo a Oi espera que isso aconteça e nem a estimativa de clientes no primeiro ano. No entanto, Generalli fez um cálculo de quantos clientes no Estado não estariam atendidos pela telefonia móvel. Considerando que a diferença entre a taxa de penetração do Rio e de São Paulo é de mais ou menos 10%, dos 33 milhões de clientes do Estado que não tem telefone, a Oi teria um mercado potencial de 3,3 milhões de clientes, sem contar aqueles que ela espera "roubar" das concorrentes. Aliás, desde a metade de agosto a Oi já começou com uma campanha de desbloqueio de aparelhos. Segundo o executivo, já foram desbloqueados cerca de 80 mil terminais. "Não tenho a menor dúvida que o desbloqueio vai se intensificar", disse ele.
Guerra de preço
O executivo disse várias vezes que, apesar da agressividade da chegada da companhia, a Oi não vai partir para uma guerra de preços. "Nosso foco é no serviço. Além disso, o mercado está bastante maduro. Acho que as outras operadoras também não vão nessa direção". Com relação à crise internacional, Generali disse que teve sorte porque os investimentos foram feitos antes da crise estourar. Com relação ao potencial de consumo, a postura também é otimista. "Vamos manter os planos de investimento. Não acho que vai prejudicar o consumo, porque há espaço para fazer esse ataque no mercado de São Paulo. Apostamos que esse mercado vai reagir à nossa oferta. Não vamos ter problemas", disse ele.