BNDES libera R$ 1,5 bi para TIM

A diretoria do BNDES aprovou a concessão de crédito de até R$ 1,51 bilhão para o grupo TIM. A assinatura do contrato está prevista para os próximos dias. Até novembro deverá ser liberada a primeira parte dos recursos, que estará disponível até 2013 para viabilizar parte do plano de investimentos da empresa em projetos que incluem melhoria da rede nacional e expansão dos serviços de voz, terceira geração e telefonia fixa. A aprovação desses recursos em meio a uma crise financeira mundial que atinge o Brasil, inclusive com a restrição e encarecimento do crédito para empresas e consumidores, pode dar uma importante vantagem competitiva para a operadora. Mas é apenas uma coincidência, afirma Rogerio Tostes, relações com investidores da TIM Brasil: "Trabalhamos nisto desde 2007. Vendo o que está acontecendo no cenário atual, recebemos um suporte relevante, principalmente para rede".
A operadora deverá aplicar os recursos em tecnologia da informação, expansão, modernização e atualização tecnológica de suas redes, com a ampliação da rede GSM. Além disto, os investimentos prevêem a continuidade do processo de implantação da tecnologia 3G, que permite a oferta de banda larga móvel. Os investimentos da operadora serão acompanhados pelo BNDES, que verificará o progresso da instalação dos principais elementos de rede para liberar novas etapas do crédito. Apesar de a operadora não ter o compromisso de usar a totalidade dos recursos aprovados, Tostes adiantou que os projetos da TIM exigirão a aplicação de todo o montante.

Estratégia competitiva

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O crédito sai também num momento crucial para a estratégia competitiva da empresa, que lançou em setembro seu serviço de telefonia fixa, começando por 300 municípios, cobrindo 60% da população urbana. O TIM fixo veio para aproveitar a portabilidade numérica, já em vigor, e agora financeiramente não existem quaisquer amarras para o crescimento. Como a operadora chega com a voz fixa muito depois de os concorrentes terem ocupado este mercado, uma vantagem financeira será bem-vinda.
Além disto, um dos compromissos assumidos pelas empresas de telecomunicações para a obtenção das licenças 3G foi o de levar a telefonia celular aos municípios com população inferior a 30 mil habitantes até meados de 2010.
Outra parte do dinheiro será destinada ao aumento da eficiência dos sistemas de atendimento ao cliente, por meio da expansão de capacidade e otimização dos sistemas e processos de negócios.
Segundo Tostes, o crédito representa uma fonte financeira relevante para o plano de expansão da companhia. Com qualidade e cobertura diferenciadas, o passo seguinte será a atração de mais clientes.
Para concessão do crédito, as condições do BNDES são para amortização em oito anos, sendo os dois primeiros anos de carência e taxa TJLP mais variação de 1,3% a 2,6% ao ano. Outra parte, relativa a 20%, é referente a linha não incentivada, portanto indexada ao IPCA e um delta percentual não atrelado à TJLP.
Trata-se da primeira operação com esse modelo realizada pelo banco no setor de telecomunicações, segundo as partes envolvidas. Não é um financiamento, em que o tomador receberá todo o crédito de uma só vez e em seguida já começará a fazer o pagamento, acentua Tostes.

Projetos financiados

Desde 2005, o BNDES já aprovou 19 operações nessa modalidade, que totalizam R$ 17,5 bilhões, já incluindo o caso da TIM. O setor de telecomunicações do banco tem uma carteira ativa de projetos financiados que totalizam R$ 17,9 bilhões.

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