A migração da TVRO, a transmissão da TV aberta por satélite, da banda C para a banda Ku não significa o fim da prestação de serviços baseados em banda C no país. A interferência do serviço móvel 5G na recepção da banda C pode ser mitigado, o que garantirá que a banda tenha ainda bastante futuro. Embora tenha sido descarta no serviço de TVRO, por conta dos custos e das dificuldades operacionais, a mitigação será adotada para preservar os serviços profissionais.
"Outros serviços na banda C demandarão a instalação de filtros, e estamos discutindo as características desses filtros, mas acredito que a banda C continuará tendo a importância de sempre", disse Rodrigo Campos, diretor geral da Eutelsat Brasil, no Congresso Latinoamericano de Satélites, evento organizado por TELETIME e Glasberg Comunicações.
De acordo com Sérgio Chaves, diretor de negócios da Hispamar, a banda C é muito usada na América Latina em diversos serviços. "Com antenas maiores, pode-se mitigar a interferência do 5G", destaca.
A radiodifusão, grande usuária da banda C para contribuições de jornalismo e para a transmissão para as emissoras afiliadas, também deve seguir apoiada pela transmissão satelital em banda C.
"Na minha visão a banda C continuará importante para as operações dos radiodifusores, com a contribuição e distribuição dos conteúdos. Para ter o conteúdo local, usam muito a distribuição na banda C, que tem maior confiabilidade e está há 50 anos no mercado sem ter grandes ofensores", explica Cláudio Zylberman, diretor de tecnologia da Claro.