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Para Intel, leilão de 5G forçará solução para a faixa de 3,5 GHz

Foto: Pixabay

[Atualizada em 04/09] Enquanto o próprio presidente da Anatel, Leonardo Euler, mantém a perspectiva de que o leilão de 5G deverá ocorrer ainda no primeiro semestre de 2020, há quem justifique que a liberação do espectro poderá atrasar esse prazo. O caso da Intel é de consenso com o regulador, especialmente por acreditar que as questões em relação a interferências da faixa de 3,5 GHz nos serviços de banda C satelital poderão ser resolvidas. Em entrevista a este noticiário, o diretor de políticas públicas da fornecedora, Emilio Loures, diz que a própria realização da licitação poderá ajudar na resolução do problema

“A gente acha que tem que acontecer, idealmente no prazo do Leonardo Euler. O leilão é importante para forçar o estudo da TVRO”, declara. Ou seja, a ideia é que disponibilizar a faixa vai fazer com que as engrenagens, tanto do mercado quanto do regulador, comecem a rodar para resolver o problema. 

Na visão de Loures, a gravidade colocada por alguns dos atores envolvidos em consultas públicas sobre o leilão é exagerada. Isso porque ele argumenta que o roll-out inicial da faixa de 3,5 GHz deve ficar restrito aos grandes centros urbanos, exatamente as áreas onde a recepção de TV aberta por satélite já não é tão utilizada por conta da chegada da TV digital. Além disso, o alcance da cobertura nessa frequência não é tão alto quanto na faixa de 700 MHz. Por isso, ele diz que “não haverá conflito imediato” nassa primeira etapa. “O bicho-papão nem foi tão grande”, avalia. 

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Ele faz um paralelo entre o futuro leilão de 5G e outras tentativas de disponibilizar a faixa. “Parar o leilão de WiMAX ou tirar do leilão de sobras não resolveu, e se não se usa a frequência, ela está há dez anos sendo perdida”. Não será o caso desta vez, acredita. “Eu acho que o 3,5 GHz vai se resolver.” Ele destaca que a faixa de 3,5 GHz é importante para o 5G por ser abaixo de 6 GHz, permitindo melhor propagação. Além disso, considera ser “o ideal” ter a banda contígua, para proporcionar o melhor serviço com a frequência.  

Sem interferir no satélite

A questão técnica ainda tem outro argumento: a faixa de 3,5 GHz para o serviço móvel pessoal causa interferência na banda adjacente utilizada na captação da TV parabólica – enquanto o SMP usaria entre 3,4 e 3,6 GHz, as parabólicas captam mais do que a banda C, que vai de 3,6 até 4,2 GHz. Como as estações radiobase (ERBs) trabalham com potências maiores que as necessárias para o serviço satelital, o sinal de TV captado por essas parabólicas pode acabar caindo. Além disso, tem o fato da própria natureza do TVRO: a transmissão por satélite deveria ser apenas para retransmissoras, mas o usuário final acaba sintonizando também, o que se trata de uma prática não regulamentada. Mesmo as caixinhas utilizadas para esse serviço, em grande parte, não são devidamente homologadas, argumenta o diretor da Intel. 

Diante desse cenário, para Loures, as empresas de satélite e móveis como a Embratel e a própria Claro (ambas do mesmo grupo, América Móvil) ou radiodifusores têm posição reticente natural em relação à proposta de leilão da faixa, uma vez que naturalmente envolve o mercado deles. “É óbvio que as satelitais e móveis vão exagerar um pouco”, opina. 

A sugestão dele para resolver a questão nas áreas em que, de fato, aconteçam interferências, é a de elaborar um projeto semelhante ao aplicado na limpeza da faixa de 700 MHz, com o uso de ao menos parte do saldo do leilão para a criação de um fundo gerenciado por uma empresa administradora como a EAD. Por outro lado, Loures não enxerga praticidade na migração do serviço satelital. “Passar para a banda Ku implica na mudanças de antenas”, declara.

Mais espectro

A Intel está de olho também na realização da Conferência Mundial de Radiocomunicação (WRC-19), da União Internacional de Telecomunicações (UIT) e que acontece entre outubro e novembro no Egito. Porém, apesar das implantações da faixa de 28 GHz para 5G em mercados importantes como Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul, Loures entende que essa banda não deverá entrar na discussão do evento. “Em 2015 [na conferência anterior] já colocaram que ela não foi estudada na UIT, então não me parece razoável”, alega. “O 28 GHz não está cancelado para a aplicação móvel, e os EUA usam esse direito. A indústria está acompanhando como massa crítica.”

Em todo caso, a Intel tem trabalhado com rádio nessa faixa no mesmo equipamento que trabalha em outras frequências. “O que a gente fez foi ter a melhor solução possível com o 26 GHz, por que é de o mesmo rádio, mas em sintonia diferente”, explica. “Do nosso ponto de vista, é bom para economia de escala, e a harmonização da UIT é boa, pois cada segmento de rádio exige mais antenas, que ocupam mais espaço no terminal.”

A companhia atua não apenas no hardware no serviço móvel, mas no “contexto maior de dados”, com soluções em diversas frentes 5G, como carros autômatos, agricultura 4.0 e varejo. A estimativa da Intel é que até 2023, 70% da receita seja baseada em dados (incluindo não só o 5G, mas também data center e processamento edge), contra o percentual de 50% atualmente. 

2 COMENTÁRIOS

  1. E eu que moro numa cidade que tem sinal terrestre HD e só uso parabólica pra ter mais canais?? Vcs pensam só nos rurais?? Não meu queridos muita gente usa parabólicas para ter uma maior grade de canais que assim como vcs que pagam tv por assinatura pra ter mais de 300 canais nos tem a parabólica pra ter 50 canais.

  2. Pra mim pode mudar a parabólica para banda Ku solução mais barata no preço da antena mais barato que vi foi 80 reais uma antena e o receptor que uso já pega banda Ku tbm.

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