A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que retirou o ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins ainda deverá resultar em mais impacto para a TIM Brasil. A Telecom Italia, controladora da operadora brasileira, confirmou nesta sexta-feira, 2, o total previsto: R$ 3,4 bilhões, que deverão resultar na redução de cerca de 800 milhões de euros no grupo italiano durante três ou quatro anos.
No último trimestre do ano passado, o impacto já foi de R$ 353 milhões, e a empresa contabiliza neste segundo trimestre um total de R$ 2,876 bilhões, o que elevou o lucro e o EBTIDA tanto da TIM quanto da controladora no período. Somente no terceiro trimestre, a expectativa de impacto é de R$ 189 milhões.
Durante teleconferência para analistas, o CEO da Telecom Italia, Luigi Giubitosi, pontuou que isso já traz um impacto no guidance de 2019 para a geração de fluxo de caixa, cuja meta é de 3,5 bilhões de euros. Ele afirma que ainda é cedo para falar em ultrapassar o montante previsto, mas mostrou otimismo com a decisão do Supremo no Brasil, além do impacto do acordo com a Vodafone para a joint-venture de infraestrutura da INWIT (2 bilhões no total, com expectativa de mais um bilhão). "Estamos adiantados no cronograma. Não esperávamos por esta notícia no Brasil", afirma.
Giubitosi brincou com a inesperada ligação do CEO da TIM Brasil, Pietro Labriola, para dar a notícia sobre o impacto positivo. "Você espera o pior com uma ligação assim, no final de uma semana, mas Labriola deu uma boa notícia. Não estava no plano [estrutural do grupo, divulgado em abril], mas vai permitir uma expectativa mais forte", declarou. "No momento sentimos que estamos no caminho certo e que podemos fazer melhor."
Subgestão
Perguntado sobre um possível desinvestimento da unidade de infraestrutura Sparkle, que impactou negativamente a receita da Telecom Italia no trimestre, Giubitosi respondeu que no momento a hipótese não é discutida. Ele entende que a empresa tem mostrado recuperação, com crescimento no EBITDA, "após um período de 'subgestão'". Ou seja, o executivo entende que o período em que Riccardo Delleani atuou como CEO na subsidiária trouxe um gerenciamento "frouxo" demais. Desde março, a empresa é comandada por Mario di Mauro. "Estamos felizes com o que acontece na Sparkle, mas ainda não estamos lá. Não sei se no momento, mas em 2020 [haverá a recuperação]", finaliza.