A Brasil Telecom Participações registrou lucro líquido de R$ 105 milhões no segundo trimestre, montante 52,1% maior que o registrado no mesmo período do ano passado. A receita bruta da companhia se manteve estável: diminuiu 0,6% na comparação anual entre trimestres, atingindo R$ 3,619 bilhões. O Ebitda foi de R$ 813,6 milhões, o que representa uma pequena queda de 1,7% na comparação anual. A margem Ebitda se manteve estável: 33,2%. Um ano antes era 32,8%.
O faturamento com telefonia fixa registrou queda: foram R$ 2,796 bilhões entre abril e junho, ou 8% a menos na comparação com o segundo trimestre de 2005. As principais reduções aconteceram nas receitas de longa distância e de interconexão. A BrT faturou R$ 678,5 milhões em longa distância nesse trimestre, montante 12,9% menor que 12 meses atrás. O diretor financeiro e de relações com investidores da BrT, Charles Putz, apontou dois fatores para essa redução: 1) a tendência natural de queda no uso da telefonia fixa, substituída em parte pelo VoIP; 2) efeitos sazonais, como a Copa do Mundo e o menor número de dias úteis. ?Dia de jogo de Copa do Mundo era quase um feriado. E aí o tráfego cai cerca de 50%?, explicou o executivo. Em interconexão a queda foi de 43,1%, baixando de R$ 175,3 milhões para R$ 99,7 milhões na comparação ano a ano. Por outro lado, a receita com telefonia pública cresceu 11,9%, atingindo R$ 138,8 milhões. ?Há muita gente que tem celular mas só recebe chamadas. Essas pessoas continuam usando o telefone público para fazer ligações?, explicou Putz. O executivo destacou que a longo prazo pode haver um crescimento da telefonia fixa se a economia do País melhorar, pois hoje 50% das famílias na região da BrT não têm telefone fixo em casa. ?Desse total, metade tem telefone celular pré-pago que usa apenas para receber chamadas. A outra metade não tem telefone nenhum?, detalhou.
Dados e celular
O que compensou a redução da receita com telefonia fixa foi o crescimento em comunicação de dados e em telefonia móvel. Em dados houve aumento de 24,6% na receita na comparação anual, saltando de R$ 451,6 milhões para R$ 562,6 milhões. O serviço de acesso banda larga da operadora já representa 43% dessa receita e fechou o mês de junho com 1,155 milhão de assinantes.
A receita com telefonia móvel aumentou 72,8% na comparação anual entre trimestres, passando de R$ 150,7 milhões para R$ 260,4 milhões. A empresa encerrou o semestre com 2,77 milhões de assinantes de telefonia celular. A meta é fechar o ano com 3,3 milhões. O Arpu da companhia nesse segmento é de R$ 26. Se considerados apenas usuários pós-pagos, o Arpu é de R$ 34,6. Nos planos pré-pagos, é R$ 21,8.
Investimento e dívida
A operadora investiu R$ 335 milhões no segundo trimestre: R$ 60 milhões em telefonia móvel e R$ 275 milhões em telefonia fixa. No semestre já foram investidos R$ 550 milhões. A previsão de investimento total no ano foi reduzida de R$ 2,1 bilhões para R$ 1,9 bilhão. ?O câmbio se manteve abaixo do que projetávamos, obtivemos ganhos de eficiência e conseguimos renegociar preços com nossos fornecedores?, disse Putz para justificar a redução do investimento.
A dívida bruta da BrT ao fim de junho era de R$ 4,252 bilhões. Como a empresa tinha R$ 2,33 bilhões em caixa, sua dívida líquida era de R$ 1,92 bilhão. Vale destacar que em julho a operadora captou R$ 1,08 bilhão com emissão de debêntures para refinanciar e alongar o prazo de suas dívidas.
