Ao propor um aditamento do seu Plano de Recuperação Judicial na última terça-feira, 1, a Oi também manifestou expectativa de levantar R$ 14,2 bilhões com a venda de ativos a partir de 2026, sobretudo com a fatia de 27,5% da empresa na V.tal e com a venda de imóveis.
Os dados constam em um laudo econômico-financeiro que acompanhou a nova proposta protocolada pela operadora na Justiça, e que ainda precisará ser aprovada por credores da Oi. Os valores foram calculados pela própria operadora, não sendo auditados pela Meden Consultoria, autora do laudo.
O documento aponta que a venda da unidade da V.tal está prevista para o primeiro semestre de 2026, seguida de vendas mensais de imóveis a partir do mesmo ano. Em entrevista exclusiva ao TELETIME, o CEO da Oi, Marcelo Milliet, afirmou que os 27,5% que a Oi têm na V.tal estariam avaliados entre R$ 12 bilhões a R$ 13 bilhões.
Já a venda dos mais de 7 mil imóveis seria tema mais complexo, dado o perfil variado dos ativos. A totalidade dos imóveis da empresa pode ser avaliada em R$ 4 bilhões, mas isso não significa que todos seriam vendidos de uma vez.
Na nova proposta de plano da Oi, uma das novidades é justamente a possibilidade da empresa constituir um veículo para o qual seriam aportados os imóveis. Este veículo poderia ter participação societária distribuída aos credores, como forma de pagamento proporcional de créditos.
A proposta da Oi também muda a destinação dos recursos com a venda de imóveis. No aditamento, os primeiros R$ 600 milhões serão destinados para as atividades da Oi, valor que no plano vigente é de R$ 100 milhões.
A repactuação do plano da Oi afeta sobretudo credores trabalhistas e fornecedores, mirando preservar o caixa e garantir novo fôlego à tele. A Oi também pediu uma tutela antecipada para suspensão, por 180 dias, das obrigações contidas no plano vigente, além de suspensão de execuções movidas contra empresas do grupo.
A repactuação prevê pagamentos aos fornecedores até 2038 (sejam eles parceiros ou take or pay, a quem a Oi deve pagar independentemente de contar com os serviços), com recursos vindos das vendas dos imóveis ou dação dos ativos. Também estão previstos no plano descontos de 20% a 62% nos valores devidos entre 2024 e 2027 e rescisões contratuais.
Créditos trabalhistas
Já no caso dos credores trabalhistas, o plano prevê autorização para a Oi levantar, perante a Justiça do Trabalho, todos os depósitos recursais que garantem créditos concursais de natureza trabalhista. 50% do valor liberado seria empregado para pagamento dos ex-funcionários, com outro 50% indo para o capital de giro da tele.
Aqui, a Oi também trabalha com a possibilidade da criação de um instrumento financeiro, no caso um Veículo de Direitos Creditórios. Nele seriam aportados os direitos creditórios sobre os depósitos recursais de natureza trabalhista, com participação societária podendo ser dada a credores.
De forma geral, para a classe de credores trabalhistas a empresa propõe dois formatos de adesão no aditamento. No primeiro, credores receberiam até R$ 9 mil em até seis meses após a homologação do plano agora proposto; a empresa reserva R$ 30 milhões para este fim.
Na segunda opção, o pagamento ocorreria em até três anos após a homologação, com valor limitado a 150 salários mínimos. Créditos trabalhistas relacionados à Fundação Atlântico não entram na repactuação. Na nova nova assembleia, apenas os credores afetados terão direito à voto.
(Colaborou Eduardo Vasconcelos)
Era o sonho da direita em fatiar, vender, e destruir a Oi. PARABÉNS