O Brasil encerrou o ano de 2024 com 1.207 cidades que ainda não eram atendidas com backhaul de fibra óptica, em oposição a outras 4.363 que já possuem a infraestrutura. Os dados fazem parte da atualização de 2025 do Plano Estrutural de Redes de Telecomunicações (Pert), disponibilizada pela Anatel nesta quarta-feira, 2.
Por backhaul, considera-se a rede de transporte de alta capacidade que interliga as redes de acesso de um município ao núcleo da rede (backbone). Segundo o novo Pert, a maioria dos municípios desatendidos pela infraestrutura estão nas regiões Norte e Nordeste do País, além do norte do estado de Minas Gerais.
O número de cidades sem o backhaul caiu na comparação com 2023: 1.207 em 2024 contra 1.309 no ano anterior. No entanto, em edições anteriores do Pert (como 2020 e 2021), esse quantitativo sem a infraestrutura já foi bem menor, como mostra o gráfico abaixo.
"Houve uma queda recente nos municípios atendidos por fibra que merece um diagnóstico mais aprofundado", reconhece a Anatel. Em 2022 houve uma descontinuidade na coleta dos dados, vale notar.
Velocidades
A existência de backhaul tem impacto direto nas velocidades: em 2024, dos municípios sem fibra, 42,50% registraram velocidades médias na banda larga abaixo de 100 Mbps. Já nacionalmente, a velocidade média contratada foi de cerca de 447 Mbps.
O documento atualizado pela Anatel faz um diagnóstico da infraestrutura de telecomunicações do País, com especial destaque para as deficiências estruturais nas redes de transporte e de acesso que suportam a oferta de serviços de banda larga. A intenção é nortear a definição de políticas públicas.
No caso, a ampliação da rede de transporte de alta capacidade com fibra em municípios que ainda não dispõem dessa infraestrutura vem a partir de compromissos associados à venda de espectro, à migração das concessões de telefonia fixa, a termos de ajustamento de conduta (TACs), saldos de obrigações antigas e obrigações de fazer.
Em paralelo, a agência também vislumbra a ampliação da rede de transporte de backhaul com outras tecnologias como rádio IP e satélite. As alternativas possuem limitações técnicas, devendo ser aplicadas apenas em casos onde a instalação da fibra seja técnica ou economicamente inviável.