Brisanet, Unifique e Desktop: a corrida dos provedores regionais pelo IPO

Foto: Pixabay

As operadoras Brisanet, Unifique e Desktop despontaram no primeiro semestre como candidatas oficiais a uma oferta inicial de ações (IPO) entre provedores regionais. Em comum, as empresas compartilham apetite por aquisições e investimentos em expansão de rede. E ao irem para o mercado, as empresas acabam detalhando os seus números, o que permite uma visão muito mais precisa sobre como é a realidade dos provedores regionais em termos financeiros e operacionais. Este noticiário fez um levantamento dos principais dados apontados pelas empresas nos prospectos distribuídos a potenciais investidores.

Brisanet

No caso da cearense Brisanet, um investimento de R$ 408,4 milhões foi realizado em 2020, segundo o prospecto preliminar protocolado pela empresa na CVM. O montante se aproxima da receita líquida apurada no período (R$ 471,8 milhões) e permitiu o atingimento de 3,4 milhões de homes-passed (HPs) com fibra óptica, incluindo a controlada Agility.

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Ao todo, a Brisanet soma 35,1 mil km de redes FTTH, backbone de 14,4 mil km e atendimento em 96 cidades do Nordeste, além de 251 a partir de franqueados da Agility. A empresa reunia ao menos 860 mil usuários em maio, somadas as duas operações, além de preparar sua entrada nos mercados do Piauí e Sergipe.

A expansão da Brisanet resultou em Ebitda ajustado de R$ 208 milhões em 2020 (margem de 44,1%) e lucro líquido de R$ 29,1 milhões no ano passado. A dívida líquida da Brisanet é, segundo o prospecto, de R$ 626 milhões, mas isso já conta com debêntures emitidas este ano. No final de 2020 o endividamento líquido era de R$ 492 milhões.

Unifique

No caso da catarinense Unifique, a receita líquida de R$ 286 milhões culminou em Ebitda ajustado de R$ 152 milhões (margem de 53%) e lucro líquido de R$ 50,4 milhões em 2020. Já os investimentos da empresa somaram R$ 137,9 milhões ano passado. A empresa tem uma dívida líquida de R$ 111 milhões.

A Unifique tem apetite confesso por aquisições e, no prospecto protocolado junto ao pedido de IPO na CVM, reportou cinco negociações em estágio avançado para compra de provedores. Nos últimos dois anos, a empresa comprou 15 ISPs.

Em maio, eram 364 mil os acessos da operadora. Já as HPs reportadas ultrapassaram um milhão, com rede FTTH de 10 mil km de backbone de 8 mil km. O atendimento já ultrapassa 140 cidades em Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, após ingresso recente neste.

Desktop

Já a paulista Desktop (com origem na cidade de Sumaré) reportou 16,5 mil km de redes de fibra óptica em seu pedido de IPO, incluindo 4 mil km de backbone e 1,3 milhão de HPs em 53 cidades. Em maio, a empresa somava 321 mil acessos.

Financeiramente, a provedora somou receita líquida de R$ 167 milhões em 2020, com Ebitda ajustado de 87,6 milhões (52% de margem) e lucro líquido de R$ 26,5 milhões. Já a dívida líquida ao fim de 2020 somava R$ 120,2 milhões.

A Desktop estima que os recursos líquidos provenientes da oferta primária chegarão a R$ 734 milhões. Deste montante,a intenção é utilizar R$ 514 milhões para crescimento orgânico e R$ 146 milhões para aquisições. No contexto da oferta, estima-se que o preço por ação ordinária de emissão da companhia estará situado entre R$23,00 e R$28,00.

Estas não são as únicas empresas que flertam com o IPO entre as provedoras regionais. Em 2020, a holding Conexão (que reúne empresas da Triple Play) protocolou pedido na CVM, mas depois reavaliou a estratégia em busca de momento mais oportuno. A empresa tinha 464 mil acessos e 1,4 milhão de HPs ao fim do primeiro trimestre.

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