GVT: experiência de banda larga também depende do Wi-Fi

Um dos fatores para o consumidor obter experiências com serviços over-the-top é a qualidade da rede doméstica, tanto no quesito velocidade quanto estabilidade. Por causa disso, a estratégia de oferecer roteadores Wi-Fi para os clientes precisa ser cuidadosa. Durante a conferência Broadband Latin America em São Paulo, o diretor executivo de marketing e produtos da GVT, Ricardo Sanfelice, explicou que isso tem sido levado a sério pela operadora. O ponto é que, se houver interferências e má qualidade na rede wireless (WLAN), o usuário acaba achando que é a Internet que não está funcionando como deveria. "Há uma questão cultural, temos de explicar o que é uma Wi-Fi", diz.

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Se um consumidor tiver paredes entre o roteador e o dispositivo, há grandes chances de interferir. "Uma parede de banheiro com encanamento de cobre com água dentro é quase um isolante", explica. Sanfelice reconhece que isso já está mudando, e que a política da empresa tem sido orientar melhor o consumidor na hora da instalação, mostrando onde colocar o gateway, testando a conexão com cabo antes de reclamar etc.

O executivo considera que há uma "troca" entre a conveniência do Wi-Fi e a qualidade do sinal, mas diz que há melhorias na tecnologia. Tanto que a operadora está procurando oferecer roteadores melhores, a partir da tecnologia 802.11 n (capaz de taxas de transferência de até 150 Mbps). O executivo destaca novos modelos no mercado que operam com dual band (que opera simultaneamente nas frequências não-licenciadas 2,4 GHz e 5 GHz), que também ajudam a sanar o problema.

Pensando além, a GVT considera a volta de um projeto que parecia engavetado: o Power Line Connection (PLC), que utiliza a rede elétrica para enviar e receber dados. "Temos pesquisado outras topologias, alternativas como o HPNA e o PLC", revela Sanfelice, explicando que se trata de uma tecnologia de baixa potência, diferente da promessa do final da década passada que seria operada pelas companhias elétricas. No entanto, o executivo reconhece que há problemas. "O PLC de home plugged, de baixa potência, é viável. Mas algumas casas no Brasil têm duas ou três fases (circuitos fechados, que não são intercomunicáveis para enviar o sinal da Internet). Essa é a grande barreira da adoção", declara.

Infraestrutura

Na parte da rede, o serviço da GVT é prioritariamente Fiber-to-the-Curb (FTTC), utilizando VDSL2 nos 400 m de cobre que ligam o armário (onde chega a fibra) ao domicílio. "Há tecnologias que fazem a rede sobreviver mais tempo, mas acho que, em algum momento, vamos para a fibra (até o domicílio)", diz Ricardo Sanfelice. O que ainda segura a empresa é justamente o custo. A TIM tem utilizado a fibra aérea da infraestrutura da AES Atimus, mas fazendo overlay do cobre nos postes. Já a Net tem apostado forte ainda no HFC, citando operadoras europeias que já realizam testes com velocidades de 500 Mbps na plataforma híbrida de fibra e coaxial. Mas não significa que já exista demanda para isso. "Eu diria que a maioria dos consumidores está satisfeita com velocidades de 20 Mbps, mas não é nenhum estresse se quiserem 100 Mbps ou 200 Mbps", brinca André Guerreiro, diretor de mercado da Net Serviços. "Entendemos que sim, o movimento por mais velocidade é sem volta e a Net tem a infraestrutura preparada para essa competição. Mas achamos que é por velocidade, e não por preço", destaca.

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