Publicidade
Início COVID-19 COVID-19 pode acelerar transformação digital do Estado, sugere estudo CAF/Oxford

COVID-19 pode acelerar transformação digital do Estado, sugere estudo CAF/Oxford

O Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e a Oxford Insights anunciaram nesta terça, 2, a publicação da primeira edição do Índice Govtech, que “analisa a integração de ecossistemas empresariais de base tecnológica, vinculados à gestão pública de governos, e que mede o grau de maturidade dos ecossistemas govtech, o dinamismo dos mercados iniciantes e os replicadores digitais com vocação pública, além do grau de inovação das instituições públicas”. Em resumo, o índice procura medir a qualidade do ambiente de desenvolvimento de aplicações digitais para governos. O estudo GovTech 2020 Index: Empowering Govtech Ecossystems na Ibero-América está disponível para consulta aqui.

O índice faz parte de um programa mais amplo do CAF de incentivo a aplicações de governo eletrônico, o que envolve ainda linhas de apoio financeiro e equity para empresas e governos.

Segundo Carlos Santiso, diretor de Inovação Digital do Estado do CAF, o índice não está preocupado em medir os indicadores de conectividade ou competitividade, mas em avaliar o ecossistema privado, especialmente start-ups inovadoras; as políticas de compras públicas, especialmente o quanto elas estimulam o desenvolvimento do segmento de GovTechs; e as políticas públicas de transformação digital. A avaliação inclui não apena governos federais, mas também iniciativas de estados e municípios específicos.

Notícias relacionadas

Pelo indicador, o Brasil tem uma boa colocação na região iberoamericana (o levantamento inclui Espanha e Portugal). Está atrás dos países Europeus e na América Latina fica atrás do Chile, e em empate com o México. O ranking do Índice GovTech 2020 por país é liderado pela Espanha com uma pontuação de 6,6 em 10, seguida por Portugal (6,2), Chile (5,3), Brasil (5,2), México (5,2) , Uruguai (5,1) e Colômbia (5), Argentina (4,1), Costa Rica (4), Peru (4), Panamá (3,9), República Dominicana (3,7), Bolívia (3, 6), Equador (3,6), Paraguai (3,4), Venezuela (2,3).

Estratégias integradas

“Os países que se mostraram melhores no levantamento são os que têm estratégias mais integradas. De outro lado, vemos que a cultura burocrática, os limitadores de políticas de compra são os principais entraves”, disse Santiso em entrevista a este noticiário. 

ele destaca que governos investem muito em tecnologia, e se passarem a olhar esses gastos como forma de fomentar o desenvolvimento tecnológico por meio de start-ups, acabarão contribuindo para o desenvolvimento do próprio ecossistema inovador. Ele também lembra que as novas gerações que ingressam no serviço público também passarão a demandar mais usode tecnologia, o qe no longo prazo ajuda a mudar a cultura burocrática. “O ponto é buscar uma maior eficiênia do Estado com tecnologias”.

Para Carlos Santiso, a crise do Covid-19 tem sido um impulsionador de tecnologias e tem feito os governos se preocuparem com questões até então ignoradas, como tratamento de dados, privacidade e uso de tecnologias. “Países que estão respondendo melhor à crise tinham uma cultura de uso de tecnologia e governança de dados”, aponta o diretor do CAF. 

“A recomendação mais importante do Índice GovTech 2020 é o enorme potencial e o crescente dinamismo dessas startups digitais que têm uma vocação pública e desejam melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. O governo propõe novas alianças público-privadas para acelerar a transformação digital das administrações públicas. Sua contribuição será fundamental para a recuperação da crise do COVID-19, que será marcada pela aceleração da transformação digital do Estado ”, diz Carlos Santiso na nota que apresenta o Índice GovTech.

Ele destaca ainda que boa parte do ecossistema de govtechs está baseado no uso de dados disponibilizados pelo setor público, mas também é importante que o Estado passe a fazer melhor uso de dados do setor privado para o desenvolvimento de suas aplicações. 

Entre as recomendações que o estudo do CAF traz estão:

  • Promover o diálogo regional e o intercâmbio de boas práticas por meio de um evento anual sobre GovTech, na qual empresas, governos e investidores podem se encontrar e interagir.
  • No âmbito do setor público, deve-se articular e implementar estratégias nacionais para a promoção de ecossistemas GovTech como um eixo integral das estratégias de transformação digital dos governos da região.
  • Estabelecer programas públicos de desafio da GovTech e fundos para o desenvolvimento de ecossistemas da GovTech, dentro da estrutura das políticas públicas de promoção da inovação.
  • Promover iniciativas de dados abertos e investir em infraestrutura de dados para incentivar a reutilização de dados públicos.
  • Definir objetivos específicos para a aquisição de tecnologia governamental por meio de MPME (pequenas e médias empresas) e startups digitais.
  • Aprofundar os esforços para tornar as compras públicas mais flexíveis para a inovação digital e atualizar as leis de compras para torná-las mais amigáveis ??às MPME.
  • Investir em iniciativas de contratação aberta para aumentar a confiança, a transparência e a responsabilidade nos processos de aquisição.
  • No setor privado, estabelecer incubadoras específicas para GovTechs visando o capital de risco e integre GovTechs verticais em fundos de investimento para o empreendedorismo digital.

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Sair da versão mobile