Os papeis da Oi tiveram nos dois primeiros dias de junho uma variação positiva de mais de 45%, saindo de R$ 0,87 (OIBR3) para R$ 1,27. Com isso, o valor de mercado da operadora voltou a ultrapassar a barreira do bilhão, ficando em R$ 1,2 bilhão nesta quinta, dia 2. Um analista ouvido por este noticiário explica a variação pelo provável movimento de recompra de papeis da companhia que estavam alugados. Como o valor da empresa estava muito baixo, qualquer variação puxa o preço para cima. Esse movimento é típico de momentos em que existe a expectativa de um ganho de valor decorrente de uma renegociação ou ajuste significativo nas contas da empresa. Nesse momento, a Oi está com representantes em Nova York em conversas com credores, e o movimento de recompra pode ser atribuído a uma melhora nas perspectivas destas conversas, especula o analista, mas sem citar fatos concretos.
A grande expectativa do mercado é saber se a renegociação envolverá troca de parte da dívida da companhia por equity (hipótese considerada a mais provável) e se além dos bondholders, também os bancos que têm uma parcela significativa da dívida aceitarão esta troca. A leitura do mercado é que uma redução da dívida sem a redistribuição de equity seria benéfica apenas para a Pharol, (ex-Portugal Telecom), maior acionista individual da operadora brasileira e que hoje tem praticamente apenas os papeis da Oi entre seus ativos. Não por acaso, mesmo com as fortes altas do dia nos papeis da Oi, a cotação das ADRs da Pharol tiveram queda de 0,88% em Nova York. A expectativa é de que os papeis ainda sofram forte variação de valor em decorrência das negociações com os credores.