A Casa Civil e o Ministério do Planejamento acompanharam esta semana, em Amsterdã, o WiMax Global Congress 2009 com dois objetivos específicos: conhecer o potencial da tecnologia para programas de inclusão digital e, principalmente, propor aos desenvolvedores da tecnologia o desafio de adaptar o WiMax para servir ao canal de retorno da TV digital aberta no país. Em apresentação durante o congresso, André Barbosa, assessor especial da Casa Civil, pontuou as necessidades do Brasil. "Hoje temos uma tecnologia de ponta em transmissão digital de TV e uma rede broadcast com cobertura nacional. Queremos trazer a Internet e a interatividade em duas vias a esse universo, e queremos fazer isso, se possível, integrando o WiMax ao chip do ISDB-T (padrão brasileiro de TV digital)", disse Barbosa.
Ele detalhou a proposta aos desenvolvedores da tecnologia: utilizar a banda de 700 MHz, que hoje já é utilizada para televisão, para fazer o retorno direto, por meio do canal 1SEG do ISDB-T (onde é feita a transmissão para dispositivos móveis), utilizando a tecnologia WiMax. O detalhamento técnico do projeto foi feito pelo professor Luís Meloni, da escola de engenharia e computação da Unicamp.
A aposta do Brasil é alta. Os desenvolvedores do padrão WiMax, que hoje estão engajados em uma intensa batalha com os operadores de telefonia celular, precisariam dedicar esforços para integrar o padrão com a tecnologia ISDB, mas Barbosa garante que já existem pesquisas nesse sentido no Brasil. "Reconheço que não é uma proposta simples de ser aceita por nenhuma das partes, mas temos certeza de que seria uma inovação importante para o modelo de TV digital e para o modelo de WiMax". Entre as aplicações vislumbradas estão, além da interação, a rede de governo eletrônico e eventualmente até o acesso à internet. A vantagem para a proposta brasileria é que o WiMax tem um grupo que trabalha, hoje, no desenvolvimento da tecnologia para a faixa de 700 MHz. As conversas ainda são preliminares.
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