Depois de conseguir se posicionar no fornecimento de infra-estrutura de terceira geração, a Huawei busca agora espaço para seus terminais 3G, com promessa inclusive para os modelos de baixo custo. Embora já forneça para a Vodafone, no Brasil ainda busca operadoras interessadas em seus handsets, e deve seguir a estratégia agressiva dos equipamentos de rede.
"Nosso interesse é preço competitivo. Quando chegamos aqui, o mercado brasileiro estava inflado. Mas hoje, em diversas áreas, a Huawei já não é a que tem o menor preço", diz o diretor de tecnologia da empresa, Marcelo Motta, ao rebater a crítica de concorrentes que atribuem aos chineses a pressão dos preços para baixo, questionando, em alguns casos, se existe até margem de lucro.
Para Motta, o fato de seus adversários terem reduzido os preços significa que eles tinham margem para isto. "A porta ADSL custava três vezes mais há três ou quatro anos, e nos acusaram de dumping", reclama o executivo.
A Huawei está tentando penetrar em vários segmentos do mercado. Fornece infra-estrutura de 3G para Claro e TIM e já entregou a rede pronta em alguns Estados, com muitas capitais no ar, e ainda continua com a implantação para atender aos planos de cobertura nacional. Mas para chegar ao nível de concorrentes que estão no Brasil há várias décadas, ainda terá que trabalhar muito.
Mas isso não é verdade em todas as áreas. Em ADSL, plataforma responsável por 76% de todos os acessos em banda larga do País, a operadora garante deter 50% do mercado. Mas admite que ainda há muitas áreas novas, além dos terminais, para explorar. Negocia com as operadoras as plataformas FTTx (home, curb e building) e luta por uma participação significativa em WiMAX e GPON (banda larga móvel). Quer repetir aqui também sua liderança mundial em modems importados.
Em 2007, a empresa atingiu US$ 600 milhões em receita no Brasil, uma fração dos US$ 16 bilhões conquistados no mundo. As perspectivas para 2008 são consideradas boas: aumentou o market share e entrega projetos contratados em 2007.