A Alcatel-Lucent apresentou nesta terça-feira, 2, uma nova divisão para cuidar de soluções focadas em software defined networks (SDN), a Nuage Networks. A empresa já nasceu apresentando um novo produto em evento nos Estados Unidos transmitido pela Internet: uma solução virtualizada de SDN para dinamizar a infraestrutura de comunicação de data centers. A proposta da Nuage é que, ao contrário do que acontece atualmente, a solução de rede com túnel virtualizado (SDVPN) não limita a adoção de serviços na nuvem e permite a escalabilidade para companhias como utilites, bancos, provedores de serviço de telecom e outras.
O presidente da divisão de core de rede da Alcatel-Lucent, Basil Alwan, afirmou que a tecnologia de SDN pode fazer "diferença econômica e operacional para produtos aplicando técnicas para fazer a rede ficar mais flexível". Ele explica que os data centers ainda estão utilizando tecnologias antigas, como VLAN, que não possuem a flexibilidade que a nuvem demanda. "É como ir a um caixa eletrônico para tirar dinheiro, ver toda a interface bonita e aí ter seu dinheiro enviado pelo correio", compara. Com a nova tecnologia, Alwan afirma que a rede fica mais responsiva e programável.
O executivo inclusive fala que é possível utilizar a solução para a infraestrutura de rede, "quebrando" o modelo CDN (sistema de servidores para distribuição de conteúdo na rede), permitindo uma escalabilidade para prover serviços de vídeo over-the-top (OTT), por exemplo. "A chave está em acordos de negócios, mas é outro tipo de tecnologia que pode ajudar a colocar esses elementos juntos", explica, referindo-se ao embate entre provedores de conteúdo OTT e as operadoras.
Por sua vez, o fundador e CEO da Nuage Networks, Sunil Khandekar, compara a estratégia de aplicar SDVPNs com a experiência de troca suave de redes 3G para Wi-Fi em hotspots públicos com smartphones. "Com data center é uma história completamente diferente, às vezes leva semanas para conectar. Vamos mudar isso, estamos trazendo uma solução de SDN mais complexa e poderosa para permitir que as máquinas sejam conectadas instantaneamente à medida em que são criadas", diz, chamando o impacto da virtualização na rede de "multidimensional". "Os sistemas atuais ainda rodam protocolos antigos, de décadas, e isso está se colocando como uma barreira para o cloud".
A ideia é ter os primeiros projetos-piloto funcionando em abril na Europa e América do Norte, que inclui o provedor francês de Internet SFR, do grupo Vivendi, que controla a GVT no Brasil. A disponibilidade da solução para o restante do mundo está planejada para o decorrer do ano. "Já temos empresas líderes implementando (o SDVPN) e em algumas companhias maiores o processo será bem rápido. Em um ano, um ano e meio no máximo, estará disponível para todos os clientes", finaliza Basil Alwan.