Murdoch mostra pessimismo com economia e critica conteúdo grátis na Internet

O empresário do setor de mídia Rupert Murdoch, presidente da News Corp, está pessimista em relação à crise econômica e seus reflexos sobre o setor de comunicações. Ele acredita que as perspectivas de longo prazo sejam ruins "porque as pessoas estão mais pobres do que estavam", situação que ainda demora para se reverter. Ele também mostrou preocupação com as medidas anticíclicas que estão sendo adotadas contra a crise. "Os governos estão, em geral, gastando muito dinheiro, imprimindo dinheiro, e isso gera inflação", disse, prevendo um cenário sombrio. "Eu rezo para estar errado". Em uma rápida entrevista dada ao vivo durante a NCTA Cable 2009 ao jornalista Neil Cavuto, da Fox News (controlada pela News Corp), Murdoch fez uma única referência ao setor de TV paga, elogiando o desempenho dos canais Fox. O empresário preferiu focar suas análises sobre o setor de jornais impressos, onde defendeu a adoção de modelos pagos na Internet. "A publicidade sozinha não vai compensar as perdas de receita que estamos tendo".
Depois, ao participar do debate com os presidentes de outros grupos de comunicação como Jeffrey Bewkes, da Time Warner; Philippe Dauman, da Viacom; e Mike Fries, da Liberty Global, Murdoch voltou a fazer críticas à distribuição gratuita de conteúdos pela Internet, especificamente vídeo. "Só quem está ganhando dinheiro com isso são os sites de busca", disse. Inicialmente, a referência havia sido explícita ao Google. Depois, Murdoch preferiu generalizar falando simplesmente de "agregadores" de conteúdo e sites de busca.
Otimismo com TV paga

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Enquanto Murdoch mostrava pessimismo com a economia, os outros executivos de mídia revelaram haver sinais de que as coisas podem estar começando a melhorar. "Ainda é uma coisa muito recente, mas nas últimas semanas estamos vendo uma estabilização e mesmo um pequeno crescimento das vendas de publicidade locais", disse Dauman, da Viacom. "Algumas empresas, mesmo do setor financeiro, estão aumentando seus gastos com publicidade, porque perceberam que isso funciona contra a crise", disse.
O consenso é que o setor de TV por assinatura foi bem menos afetado do que outros setores de mídia. Segundo Jeff Bewkes, o grupo Time Warner sentiu o impacto maior no setor de revistas e na America Online, mas a divisão de TV por assinatura continuou crescendo em receitas, mesmo publicitárias.
Mike Fries, da Liberty Global (que tem operações de TV paga em diversos países, mas não nos EUA), afirmou que "ninguém está imune a essa crise, mas temos bons anticorpos". Ele lembra que em alguns casos, como a Europa, o mercado está ruim, mas mesmo assim a Liberty Global está crescendo. "Não é uma época para se olhar trimestre a trimestre, mas sim no longo prazo". Ele também disse esperar algumas consolidações em alguns mercados. "Na Romênia existe seis ou sete operações de DTH. Isso é inviável", exemplificou.
As análises dos presidentes dos grupos de comunicação batem com as leituras dos analistas financeiros que participaram de outras sessões da NCTA Cable 2009. Ainda assim, as ações das operadoras de cabo estão com valores baixos em relação a registros passados, e a principal causa é uma dificuldade de encontrar parâmetros de avaliação em tempos de crise, já que a TV por assinatura sempre foi analisada por suas perspectivas futuras. No meio de uma recessão, esse tipo de leitura fica virtualmente impossível.

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