Orquestração e rentabilização de rede: as palavras de ordem para a Ericsson no pós-5G

Foto: Pixabay

Com o trem do 5G já em movimento, a Ericsson tem trabalhado em duas frentes distintas para fazer com que os operadores acelerem o processo de implementação das redes: de um lado, quer ajudar a desenvolver modelos de negócio que façam o investimento em 5G se pagar. Isso fica evidente no tipo de tecnologia que a operadora decidiu destacar em seu estande no MWC 2022, que acontece esta semana em Barcelona.

De outro, a Ericsson quer ajudar as operadoras a se prepararem  para terem uma infraestrutura que contemple esses novos modelos de negócio, o que passa necessariamente pelo slicing da rede, ou seja, pela possibilidade de customização das conexões, seja para serviços individuais quanto para serviços empresariais. 

Na frente do desenvolvimento de modelos, a estratégia da Ericsson passa por catalisar as experiências, seja através da aquisição de empresas que tenham soluções (como foi a recente aquisição da Vonage), seja por fazer com que diferentes operadoras troquem experiÊncias e casos de sucesso entre si, eventualmente até ajudando a acelerar algumas experiências com a alocação de recursos. "O 5G precisa se pagar para as operadoras, não pode ser apenas um benefício a mais para o usuário, mas o ARPU ficar igual", diz Tiago Machado, VP de vendas da Ericsson no Brasil. Ele aposta que um dos modelos mais imediatos de viabilização está no acesso fixo-wireless (FWA), como complementação à rede de fibras. "O Brasil tem um custo relativamente baixo de implementação de fibra, mas ainda assim há regiões em que o modelo de FWA faz muito mais sentido", diz ele.

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Na oferta residencial, ele acredita que um primeiro modelo de rentabilização do investimento será a cobrança pelo serviço de 5G. "É um serviço que, mesmo na oferta apenas de banda larga, tem muitas vantagens, e as operadoras vão poder cobrar por isso". 

Mas a real diferença será sentida quando as empresas passarem a cobrar individualmente por serviços adicionais em cima do 5G, comercializando parâmetros de latência, velocidade, confiabilidade etc. "Isso se aplica ao segmento residencial", diz Machado, "mas vale sobretudo para o segmento de redes dedicadas, para empresas ou segmentos específicos". 

Na oferta de serviços residenciais, por exemplo, ele vê a possibilidade de redes 5G dedicadas a jogos ou streaming de vídeo, por exemplo. Já nos empresariais, o desafio é maior.

Uma operadora de telecom não sabe como funciona um termina de contêiner, por exemplo, e uma empresa que administra portos não sabe como funciona uma rede de telecomunicações. É preciso casar esses dois mundos, diz Machado. "Para nós, o canal é sempre a operadora, mas precisamos dar a solução para que o cliente na ponta possa definir os parâmetros do que precisa".

A palavra chave nesse processo, diz Machado, é a orquestração da rede. "Esse é o grande desafio. A rede precisa estar aberta para que várias aplicações possam ser incorporadas, por meio de APIs", diz ele. O modelo que a Ericsson propõe (e para o qual está oferecendo os sistemas) muito parecido com o que é praticado já pelas empresas de cloud, em que os usuários (clientes finais ou as operadoras/agregadoras) podem escolher as funções da rede que quiserem por meio de um dashboard, e a rede automaticamente se configura para atender a estes requisitos.

Mas fazer com que todos os elementos da rede funcionem de maneira orquestra da para que seja possível entregar o resultado final esperado é um grande desafio, e tudo isso de uma maneira extremamente simplificada, que e é nisso que a Ericsson tem colocado boa parte dos seus esforços de desenvolvimento: em oferecer uma plataforma de orquestração que funcione tão bem para a operadora quanto para o cliente na ponta.

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