Com o avanço da Inteligência Artificial (IA), as operadoras de telecomunicações deverão ter uma atenção sobre a infraestrutura, em especial em relação à latência e uplink das redes. Por outro lado, existe a necessidade de evolução nos dispositivos para entregar uma melhor experiência ao usuário. A avaliação é do vice-presidente de estratégia de tecnologia da Deutsche Telekom, Ahmed Hafez.
"O chamado para ação não é apenas para telecomunicações. Começa com os fornecedores de dispositivos, que podem aprimorar seus produtos e torná-los muito melhores e mais amigáveis para os usuários", disse o VP da companhia alemã. A avaliação sobre o cenário atual ocorreu em painel no Fórum Global de Banda Larga Móvel (MBBF 2024), evento organizado pela Huawei, que acontece nesta semana em Istambul, na Turquia
De acordo com o executivo, já há hoje uma atenção com o downlink (taxa de download) oferecido pelas operadoras. Entretanto, ele admite que, caso ocorra uma grande expansão das aplicações de IA, há riscos, mesmo com a grande capacidade atual da empresa. "Vemos problemas iminentes surgindo."
"Observamos como os provedores estão lidando com a latência e com o uplink (taxa de upload). Os dispositivos são realmente capazes de fazer muitas coisas que esperávamos que eles fizessem hoje, mas ainda há limitações", disse o VP.
Mas Hafez também acredita que há uma evolução nos provedores de nuvem para o processamento de IA. E diz, ainda, que a expansão do 5G Advanced, evolução do padrão 5G que oferece velocidades de download de até 10 Gbps e velocidades de upload de até 1 Gbps, também será importante para melhorar a usabilidade de novas aplicações inovadoras.
A IA no atendimento
Com mais de 250 milhões de usuários no mobile das empresas do grupo e outros 25 milhões na rede fixa, a Deutsche Telekom tem utilizado IA há mais de um ano na melhoria de processos internos e no atendimento aos assinantes.
Dessa forma, a ação aumentou em 50% a eficiência das chamadas de serviço e diminuiu em igual proporção o tempo de atendimento das chamadas. O uso intensivo da tecnologia ainda deve resultar em uma economia entre 20% a 30% para o negócio e um ganho de produtividade de ao menos 10%, de acordo com o VP.
"Ainda vemos uma integração entre IA preditiva e generativa, onde a IA generativa serve de interface para a preditiva e agrega diversos modelos", diz Hafez. "É possível ter múltiplas redes e uma cadeia de serviços, desde o dispositivo até a Internet, com diversas funções em cada etapa. A IA generativa, junto com a IA preditiva, fará uma grande diferença para nós no futuro", finaliza o executivo.
(O jornalista viajou à Istambul a convite da Huawei)