Com o lançamento por mais de 300 operadoras globais, o avanço do 5G no mundo é "notável". Agora, o 5G Advanced e as redes Standalone devem trazer melhorias e novos casos de uso para a indústria.
A avaliação é de Pablo Iacopino, diretor do ecossistema de pesquisa da GSMA Intelligence, braço de dados e análises da associação global das operadoras móveis, a GSMA. "O 4G levou 11 anos para alcançar 2 bilhões de conexões, enquanto o 5G, apenas seis. Mesmo excluindo a China, a diferença ainda é muito grande", afirma.
Ao tirar da lista o País oriental, o 4G levou 12 anos para alcançar a mesma quantidade de conexões, e o 5G, oito. O panorama foi traçado pelo executivo durante painel no Fórum Global de Banda Larga Móvel (MBBF 2024), evento organizado pela Huawei, que acontece nesta semana em Istambul, na Turquia.
No momento, outras 95 teles divulgaram planos para implementar a tecnologia. Assim, ultrapassa de 400 o número de companhias que miram no 5G como forma de melhorar os seus serviços, distribuídas em 154 países.
Ao observar o Índice de Conectividade da associação, que considera critérios como espectro, rede, experiência, acessibilidade, adoção e desenvolvimento de mercado, Iacopino diz que dois deles apresentam grandes desafios.
"Um deles é o desenvolvimento de mercado, ou seja, a capacidade de converter a disponibilidade do 5G em monetização. E o outro é a rede, porque ainda há necessidade de investimentos para superar algumas barreiras para o desenvolvimento do 5G, além de suporte à políticas públicas", ressalta.
5G Advanced
Dessa forma, o executivo acredita que o 5G Advanced deve contribuir para superar tais gargalos. Para ele, a tecnologia pode servir de suporte às demandas de mercado no B2C e B2B, resultando em atualizações de infraestrutura e experiências diferenciadas para os clientes.
Na visão do diretor da GSMA Intelligence, o 5G Advanced "se trata de levar o núcleo do 5G para o próximo nível, aprimorando a inteligência da rede central". "Isso trará melhorias para as redes, como o gerenciamento de latência e eficiência, e também possibilitará novos casos de uso", diz.
Hoje, são entre 60 a 65 operadoras comprometidas com o 5G Advanced no mundo, com os países do Oriente Médio e a China liderando o movimento. O executivo lembra que um dos principais desafios do 5G para 2025 é aumentar a receita das cerca de 2 bilhões de conexões globais existentes.
"Já para o B2B, há uma grande oportunidade. A diferença mais importante entre B2C e B2B são os prazos de retorno do investimento. Por definição, o mercado de consumo é mais rápido. No B2B, onde a oportunidade vem da transformação digital, é uma jornada de longo prazo", frisa.
Pesquisas da própria GSMA Intelligence apontam que as empresas devem investir 10% de suas receitas em transformação digital ao longo dos próximos anos. Em outras palavras, as teles tem uma boa chance de impulsionar a tecnologia. "Esse é um número que as operadoras podem capturar."
5G Standalone e IA
Para gerar receita com a tecnologia, a avaliação é que o melhor caminho é combinar o 5G Standalone (ou Autônomo) e o 5G Advanced com a Inteligência Artificial. "Essa estratégia pode otimizar o desempenho da rede e proporcionar a experiência que os assinantes desejam", opina Iacopino.
O executivo afirma que, após um início "mais lento", o 5G Standalone está "acelerando". No final de setembro, 57 operadoras lançaram redes 5G Standalone e outras 88 anunciaram planos de lançamento para a tecnologia, somando 145 companhias em 63 países. O Brasil é um dos destaques na adoção do padrão standalone.
(O jornalista viajou à Istambul a convite da Huawei)