SES promete integração e transparência de redes via satélite

Sandro Barros, diretor regional da SES

A SES quer que a conectividade via satélite seja indiferente para os seus clientes. Não que a empresa não pense mais em usar sua imensa frota de satélites geoestacionários (GEO) e de órbita média (MEO). O que ela busca é mostrar que é possível conectar clientes com soluções transparentes, imperceptíveis, conectadas aos diferentes sistemas e nuvens como se fosse uma conexão de fibra. Mas com a vantagem de estar disponível virtualmente em qualquer lugar.

Esse esforço de integração da rede satelital às redes e plataformas de cloud se intensificou nos últimos meses, com parcerias com a Microsoft Azure e IBM, e deve se ampliar até 2021, quando a empresa passa a colocar no mercado a capacidade da constelação O3b mPOWER, que atualiza a atual constelação de satélites de órbita média da O3b, mas com capacidade de Terabits.

"Já é possível assegurar à conexão via satélite qualquer parâmetro de conectividade, com plena liberdade de engenharia nos projetos que precisem da capacidade via satélite", diz Sandro Barros, diretor regional da SES para Brasil e Cone Sul. "Não é porque a nossa solução é via satélite que a gente vai querer que os problemas dos nossos clientes se adaptem a ela. O que aprendemos com o primeiro ciclo da O3b, hoje com 20 satélites de órbita média, é que é possível oferecer serviços equivalentes aos terrestres", diz. A abordagem é a de integração dos satélites de grande capacidade geoestacionários com a constelação de órbita média, quando além da capacidade for necessária latência, e levar ao limite o conceito de "fiber-in-the-sky", que marcou a primeira geração do O3b. Outro elemento que tem dado à SES o nível de performance de redes terrestres, diz Barros, é a crescente ampliação da capacidade de conexão com demais redes e datacenters terrestres.

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Sandro Barros, que acompanhou o projeto O3b desde seus primeiros momentos até ser incorporado completamente à SES, explica que muita coisa foi aprendida nesse período. Algumas aplicações em que se apostava não se mostraram as mais interessantes. Em compensação, outras, como a comunicação em cruzeiros, foram surpreendentes. "O que a gente aprendeu é que cada vertical tem sua especificidade, precisa de um entendimento sobre as necessidades de latência, concentração de tráfego, gargalos…", e é com base nesta percepção que a SES está direcionando sua estratégia de integração da capacidade GEO com MEO e como se planeja para a rede mPOWER, cujos primeiros sete satélites sobem no ano que vem. Mas a capacidade geoestacionária não fica de lado. Em 2021 também sobe o SES 17, para atender as Américas apenas com banda Ka.

O modelo de negócio também está mudando, com foco crescente na oferta de serviços. No mercado de backhaul para empresas de telecomunicações, por exemplo, a SES planeja no futuro oferecer a instalação e gestão completa do site. Este segmento, de atendimento às teles na ampliação da rede móvel, está crescendo, apenas com o backhaul para redes 4G, três dígitos ao ano, diz Sandro Barros, e deve ser um segmento ainda mais importante com o 5G.

Em setembro a SES anunciou uma nova plataforma (chamada de ARC), desenvolvida em parceria com a Kythera, para gerenciamento adaptável da capacidade dos satélites mPOWER de forma orquestrada e integrada aos sistemas de TI dos usuários por meio de APIs. Ou seja, a gestão dos parâmetros de tráfego, como priorização, latência, velocidade, níveis de segurança etc. passa a ser completamente flexível, inclusive em relação às frequências e feixes de satélite.

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