O conselheiro da Anatel Moisés Moreira entende que antecipar o início da operação das redes 5G será uma tarefa complexa, e que o setor da radiodifusão está correto em expressar temor de que não seja factível. Conforme explicou durante o Congresso Latino Americano nesta quarta-feira, 1º, não é uma questão apenas de lidar com a faixa de 3,5 GHz limpa e sem interferências para a transmissão em banda C, mas até para compor a Entidade Administradora da Faixa (EAF), ainda mais com o aumento de responsabilidades com a obrigação de conectar escolas.
"Realmente, não é uma facilidade que se enxerga com simplicidade total. Existe dificuldade, o setor de radiodifusão está correto", afirmou Moreira. "Tem dificuldades, o setor ainda tem que escolher o satélite da banda Ku", afirma, citando o artefato (ou mais de um) que receberá a migração da banda C.
O conselheiro entende que, se isso for resolvido a tempo, e se houver viabilidade técnica e caso isso não afete o processo de migração da banda C e as TVROs, seria exequível em cidades como Campinas e Ribeirão Preto (ambas do interior paulista). "Mas vai depender da agilidade e também de trabalho muito árduo da EAF e do Gaispi para a liberação."
Na visão do presidente do Sindisat, Luiz Otávio Prates, existe muita complexidade no processo de antecipação do prazo original de 300 dias (nas capitais e no Distrito Federal), que foi sugerida pelo Tribunal de Contas da União – e acatada pela área técnica da Anatel – e que tem apoio do Ministério das Comunicações. "Tem que ter a EAF e construir toda a estrutura para fazer a migração e a limpeza (…), tem a rede privativa e o Norte Conectado. São tantas coisas que eu arriscaria dizer que antecipar os 300 dias, que já é um prazo apertado, (…) não é trivial".