Ainda pairam dúvidas na cabeça dos investidores a respeito da reestruturação societária da Telemar. A decisão está nas mãos dos preferencialistas que precisam pesar as vantagens e desvantagens de se aprovar essa operação. Por um lado, perderiam com a diluição de seus papéis. Por outro, ganhariam o direito de voto e o tag along. ?São ganhos que não são facilmente quantificados?, explica Eduardo Roche, analista do Banco Modal. É importante também projetar o que acontecerá se a reestruturação não for aprovada: na opinião de alguns analistas, os controladores acabariam vendendo a empresa e os preferencialistas não receberiam nada, pois não têm direito ao tag along.
Mobilização
Outra questão importante para a Telemar se preocupar no momento: como garantir a presença dos minoritários na assembléia? Na opinião de analistas, a companhia precisará mobilizar-se para incentivar o comparecimento dos acionistas. São necessários 50% mais um de votos dos preferencialistas para que a reestruturação seja aprovada. ?Ouvi falar que há ordinaristas dispostos a alugar ações preferenciais só para ter o direito de votar na assembléia?, relatou um analista. De acordo com parecer publicado pela CVM há duas semanas, os ordinaristas não poderão votar na assembléia.
Ações
Os papéis da empresa tiveram forte alta nesta sexta-feira, 1º. As ordinárias da Tele Norte Leste Participações (TNLP3) subiram 6,18%, fechando a R$ 57,23 e recuperando um pouco a perda decorrente da divulgação do parecer da CVM. As preferenciais da companhia (TNLP4) cresceram 3,06%, encerrando o pregão cotadas a R$ 28,65. No embalo da recuperação das ordinárias da Telemar, as ordinárias da Brasil Telecom Participações (BRTP3) registraram a maior alta do dia: 7,98%, cotadas a R$ 22,61. Segundo analistas, o mercado acredita que a Brasil Telecom poderia seguir o mesmo caminho da Telemar e pulverizar seu controle.