Após mudanças na Itália, Brasil será um terço da receita do Grupo TIM

Foto: TIM Brasil/Divulgação

Na primeira conferência trimestral do Grupo TIM (controlador da brasileira TIM) após a venda da unidade de redes fixas na Itália, a operadora europeia divulgou detalhes sobre as novas dimensões do grupo – que passa a ter o Brasil como responsável por 33% das receitas.

O montante foi calculado a partir das cifras do Grupo TIM em 2023, já excluindo efeitos da NetCo agora negociada com o fundo KKR. A contribuição brasileira é ainda maior no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização após arrendamentos, ou o chamado Ebitda after lease: 48%.

Já a nova unidade de serviços na Itália tem 44% da receita e 33% do Ebitda após lease, enquanto a unidade corporativa (TIM Enterprise) responderá por 23% e 19%, na ordem. Os dados foram apresentados pelo comando do Grupo TIM à analistas nesta quinta-feira, 1º.

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"Com a venda da NetCo superada, nós podemos finalmente iniciar um novo capítulo", afirmou o CEO do grupo, Pietro Labriola. "Hoje temos um modelo de negócio sustentável que pode alocar recursos em negócios em crescimento na Itália e no Brasil", indicou.

"Domesticamente, poderemos aproveitar um perfil regulatório mais leve, como uma companhia focada em serviços. Já a TIM Brasil e a TIM Enterprise operam em dois mercados saudáveis e em crescimento, gerando [quase] 70% do nosso Ebitda após lease", completou.

Na ocasião, Labriola também destacou que a TIM Brasil (da qual já foi CEO) teve resultados melhores do que os esperados no primeiro semestre, com crescimento em Ebitda e receita média por usuário consistentes. Mesmo o risco cambial da operação brasileira estaria mitigado, vide a contratação de mecanismos de hedge em abril.

Nova estrutura

A grande novidade da conferência do Grupo TIM, contudo, foi a conclusão da venda da NetCo ao KKR, sacramentada em 1º de julho.

Labriola lembrou que este era o plano desde 2022 e que negociações foram complexas, envolvendo um conjunto de interessados, governo da Itália e aval da União Europeia. "Atingimos o que muitos pensavam ser impossível", afirmou.

Com a segregação estrutural e a venda da rede fixa em negócio de até 22 bilhões de euros, o Grupo TIM passa a operar com foco em serviços, embora ainda se considere uma empresa de infraestrutura. Com a venda da NetCo, serão transferidos ao consórcio liderado para o KKR cerca de 20 mil funcionários, 15 mil ativos imobiliários e 10 mil contratos.

Em paralelo, a empresa terá contrato de contratação de serviços junto a NetCo por 15 + 15 anos. Este deve ser um contrato de cerca de 2 bilhões de euros ao ano. A receita anual estimada do Grupo TIM na nova configuração é de 13,6 bilhões de euros.

Mas o grande objetivo da companhia com a venda da NetCo é a redução da dívida – que passará para 8,1 bilhões de euros, ante 21,5 bilhões do grupo no escopo pré-venda. Além da desalavancagem, a empresa ainda tem meta reduzir para 7,5 bilhões o endividamento até o final do ano (com ajuda da operação brasileira, a partir do descomissionamento de torres).

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