Assim como aconteceu com as concorrentes, a TIM impulsionou a receita com a aquisição da Oi. Porém, houve impacto no lucro líquido e no fluxo de caixa, segundo informações do balanço financeiro da operadora divulgado na noite desta segunda-feira, 1º.
A receita líquida da TIM totalizou R$ 5,368 bilhões no segundo trimestre, um avanço de 21,8% no comparativo anual. Segundo a empresa, esse crescimento foi impulsionado justamente pela aquisição da Oi Móvel, fechada em abril. No acumulado dos seis meses, a receita foi de R$ 10,085 bilhões, avanço de 15,4%. Mesmo sem considerar a incorporação, a operadora cresceu 12,6% na receita líquida no trimestre, e 10,4% no semestre.
A receita líquida do pós-pago, excetuando a Oi, foi de 12,2%. A companhia também diz que houve evolução na receita média por usuário (ARPU) do segmento ainda sem considerar a incorporação, chegando a R$ 48,4, um aumento de 5,7% no comparativo anual. Em maio, a operadora promoveu reajuste do preço no controle e no pós-pago puro.
Já o pré-pago está em "ritmo de recuperação", segundo a TIM. A receita líquida subiu 6,9% desconsiderando a Oi, e a ARPU subiu 7,4% e ficou em R$ 13,6. A operadora destaca que o número de recargas aumentou 1,1% no comparativo anual, e o gasto médio avançou 3% no período. "Apesar da inflação alta, ajuda governamental continua apoiando o consumo dos clientes pré-pagos", destaca.
O serviço fixo aumentou 7,1%, totalizando R$ 303 milhões no trimestre. No semestre, chegou a R$ 600 milhões, avanço de 6,4%. Sozinha, a TIM Live obteve alta de 10% a receita no trimestre, chegando a R$ 197 milhões, a maior parte advindo da fibra. Nos seis meses, o avanço foi de 10,1%, total de R$ 388 milhões.
A operação procura efetuar a migração dos usuários que ainda estão no FTTc, base que diminuiu 28,3% em um ano, ficando em 220 mil acessos ao final de junho. Já a fibra até a residência (FTTH) avançou 33,1% e encerrou o semestre com 479 mil acessos.
Impacto
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) reportado foi de R$ 2,436 bilhões no trimestre, aumento de 16,7%. Entre janeiro e junho, foi de R$ 4,538 bilhões, evolução de 10,5%. A margem EBITDA reportada caiu 2 pontos percentuais no trimestre e ficou em 45,4%. A queda foi igual no semestre, mas com a margem em 45%.
A TIM destaca na apresentação a geração de caixa, "impulsionada por uma expansão da receita e uma alocação eficiente dos investimentos". Mas o fluxo de caixa operacional livre foi de R$ 209 milhões, redução de 82,9% comparado ao segundo trimestre de 2021. No acumulado dos seis meses, foi negativo em R$ 235 milhões. O Capex nos três meses foi de R$ 1,050 bilhão, um aumento de 15,9%, e de R$ 2,378 bilhões no semestre, avanço de 6,6%.
O lucro líquido reportado caiu 58,4% no segundo trimestre, totalizando R$ 280 milhões. No acumulado de janeiro a junho, o recuo foi de 27,8%, total de R$ 685 milhões.
A TIM cita entre os impactos no resultado financeiro a redução do percentual de metas atingidas corporativamente e referentes ao bônus de subscrição do capital do banco C6; o maior volume de juros sobre leases, em função dos contratos de aluguel dos 7,2 mil sites recebidos com a Oi Móvel; e maior volume de juros sobre a dívida em função do aumento das taxas básicas de juros e do IPCA, além de uma menor receita financeira impactada por uma posição menor de caixa.
A dívida líquida da TIM encerrou junho em R$ 15,889 bilhões (contra R$ 5,888 bilhões em março). Além disso, a relação dívida líquida/EBITDA ficou em 1,7x (contra 0,7x no trimestre imediatamente anterior).
Integração da Oi Móvel
A TIM diz que a integração dos ativos da Oi está "à frente do plano" e com impacto positivo na qualidade do serviço. Testes com o remanejamento de clientes seguem "de acordo com o plano e os preparativos para a migração em massa se aceleram".
Conforme aponta a operadora, a rede já está disponível para clientes da Oi na forma de "roaming like", etapa concluída em junho e que abrange 29 códigos de área. As próximas fases até o final do ano são a refiliação do site (iniciada em outubro de 2022), com a permanência dos usuários 100% na rede da TIM, permitindo "refiliar" o espectro adquirido; e a integração total (iniciada em dezembro), com o desligamento da rede da Oi, com sites não sobrepostos sendo incorporados.
Na segunda quinzena de julho, a tele iniciou um piloto de migração e "ramp-up" para clientes pré-pagos e controle, base que será a primeira a concluir a etapa. Esse processo todo será feito "em ondas" e começará em setembro. A expectativa é de migrar totalmente os clientes em 12 meses.