Desempenho doméstico provoca queda na receita da Telecom Italia

Graças ao desempenho doméstico, especialmente da unidade de serviços internacionais corporativos Sparkle, a Telecom Italia registrou queda nas receitas no segundo trimestre e no acumulado do semestre. Porém, segundo o balanço financeiro divulgado pela companhia italiana controladora da TIM Brasil nesta quinta-feira, 1º, registrou um fluxo de caixa livre positivo, o que a levou a reduzir a dívida no período. Além disso, a operação brasileira mostrou estabilidade nas receitas em euro (contra alta em real), trazendo impacto no lucro por conta da exclusão do ICMS no cálculo do PIS/Cofins. 

A receita reportada no segundo trimestre totalizou 4,523 bilhões de euros, uma redução de 4,30%. No total do semestre, foi de 8,994 bilhões de euros, uma redução de 4,43%. A operação doméstica caiu 5,28% no trimestre e ficou em 3,567 bilhões de euros, enquanto no semestre a redução foi de 4,77%, total de 7,069 bilhões de euros. Considerando somente a operação brasileira, a receita ficou praticamente estável no segundo trimestre, total de 967 milhões de euros. Nos seis meses, foi de 1,946 bilhões de euros, redução de 2,75%. 

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) aumentou 17,16% no trimestre, total de 2,273 bilhões de euros; avançando 8,89% no semestre, total de 4,065 bilhões de euros. O Brasil contribuiu com 974 milhões de euros, quase triplicando o registrado no ano anterior; e de 1,321 bilhão de euros no semestre, 87,64% acima. O avanço exponencial se deu por conta do impacto da decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) de retirar o ICMS do cálculo do PIS/Cofins, que resultou em um impacto de 662 milhões de euros no semestre, além de outras despesas não recorrentes no valor de 330 milhões de euros tanto no Brasil quanto na Itália. 

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Desconsiderando esses efeitos, o EBITDA normalizado total do grupo no trimestre foi de 1,907 bilhão de euros, uma redução de 3%. Nos seis meses, foi de 3,733 bilhões de euros, recuo de 3,14%. A margem EBITDA foi de 45,2% no primeiro semestre. 

A Telecom Italia teve um lucro operacional reportado de 1,186 bilhão de euros, aumento de 35,70%, novamente por impacto da mudança da tributação no Brasil. No semestre, foi de 1,871 bilhão de euros, avanço de 15,92%. Porém, a companhia não informou o lucro operacional normalizado. O lucro líquido reportado (ou seja, ainda considerando impacto não recorrente) foi de 572 milhões de euros, um aumento de 53,76% entre abril e junho. No acumulado do ano, foi de 798 milhões de euros, avanço de 31,47%.

O grupo italiano investiu 874 milhões de euros nos três meses, uma redução de 6,72%. Considerando o montante de 215 milhões de euros, o Brasil teve uma redução de 7,33% no Capex no período. No acumulado do ano, a TI investiu 1,481 bilhão de euros, redução de 7,26%; e a TIM Brasil investiu 367 milhões de euros, queda de 4,68% justificada pela desvalorização do real frente ao euro.

Já o fluxo de caixa livre aumentou: saiu de 886 milhões de euros no primeiro semestre de 2018 para 1,490 bilhão de euros no mesmo período de 2019. Considerando apenas o segundo trimestre, a companhia totalizou 949 milhões de euros, contra um fluxo de caixa livre negativo de 17 milhões de euros no ano passado. Por conta disso, a dívida líquida ajustada ficou em 24,731 bilhões de euros em junho, uma redução de 1,63%.

Em comunicado, a Telecom Italia afirmou que o resultado está em linha com os objetivos do plano estratégico para o triênio "tanto em termos de execução, graças às inúmeras iniciativas estratégicas e de negócios realizadas, quanto em termos de redução da dívida por meio da significativa geração de caixa". 

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