A Oi confirmou por meio de ofício enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta segunda, 1º, o requerimento de convocação de Assembleia Geral Extraordinária enviado na última sexta, 29, pela Société Mondiale Fundo de Investimento em Ações. A sociedade, representada pela gestora Bridge Administradora de Recursos, possui participação de 6,32% no capital social da companhia e é ligada ao empresário Nelson Tanure. A intenção é afastar os representantes da antiga Portugal Telecom (hoje Pharol) do conselho de administração da Oi, que afirmou estar avaliando o requerimento de convocação e se manifestará dentro do prazo de oito dias de quando aconteceria a reunião.
A assembleia pretende deliberar sobre a anulação de outra AGE realizada em março de 2015, quando foram aprovados os termos e condições da permuta de ações entre a Oi e a então Portugal Telecom SGPS, atualmente Pharol SGPS. Além disso, quer considerar uma ação judicial e demanda arbitral contra a antiga PT por "atos ilícitos praticados contra a companhia" na ocasião da integralização de ações da Oferta Pública de maio de 2014, "notadamente em razão da transferência de ativos superavaliados e/ou insubsistentes nessa integralização". Considera anular os acordos e uma ação pedindo reparação de danos.
A Société Mondiale mira também no Banco Santander. Segundo a minoritária da Oi, a instituição teria "contribuído, material e decisivamente, por ação ou omissão, para os danos sofridos pela Oi" na época em que elaborou laudo de avaliação. A acusação é de que essa avaliação teria sido "incondizente com a realidade econômica dos ativos".
Outra deliberação proposta pela minoritária é que administradores e ex-administradores da Oi sejam responsabilizados por "contribuição, comissiva ou omissiva, de cada um para a consumação dos danos causados à Oi" por conta da subscrição de ações pela Pharol com os ativos insubsistentes. A lista inclui os ex-CEOs Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, mas envolve ainda Shakhaf Wine, Nuno Rocha dos Santos, Rafael Luis Mora Funes, Luis Maria Viana Palha da Silva, João Manuel Pisco de Castro, Pedro Zañartu Gubert Moraes Leitão, Francisco Ravara Cary e Jorge Telmo Maria Freire Cardoso. Pede todas as medidas necessárias para a ação de responsabilidade, inclusive eventuais ações anulatórias de assembleias.
A assembleia deve deliberar também a adoção das medidas necessárias, inclusive a contratação de auditor independente "de primeira linha" e outros prestadores de serviço para quantificar os danos sofridos. Pretende ainda identificar "eventuais outros responsáveis", incluindo administradores ou ex-administradores da Oi.
