Churn da Sky impacta o balanço da DirecTV

"A Sky Brasil vai sair desse processo como uma empresa forte, com uma administração mais inteligente", disse Mike White, presidente e CEO da DirecTV, em conferência com investidores sobre o balanço do segundo trimestre do grupo, divulgado nesta quinta, 1º. White referia-se a uma distorção na base de assinantes da operadora brasileira apontada recentemente pela própria DirecTV. White afirmou que foram tomadas "medidas disciplinatórias" com a administração envolvida.

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A Sky faturou no primeiro semestre deste ano US$ 1,9 bilhão, contra US$ 1,72 bilhão no mesmo período do ano passado. O lucro operacional caiu de US$ 277 milhões no primeiro semestre de 2012 para US$ 210 no período neste ano, uma margem de 11%. No segundo trimestre, a operadora faturou US$ 942 milhões, com lucro operacional de US$ 56 milhões. No mesmo período do ano anterior, o faturamento e o lucro operacional foram de US$ 838 milhões e US$ 126 milhões, respectivamente. A DirecTV, que detém 93% da Sky, faturou no trimestre US$ 7,7 bilhões. Nos seis primeiros meses do ano, o faturamento foi de US$ 15,28 bilhões, contra US$ 14,27 bilhões no mesmo período de 2012.

Segundo o presidente da DirecTV Latin America (DTVLA), Bruce Churchill, também durante a conferência com investidores, o trimestre foi "feio" para a Sky Brasil, que apresentou churn maior por conta da correção na base feita recentemente, após auditoria da DirecTV apontar que 200 mil assinantes estavam sendo mantidos na base da operação brasileira de forma "inconsistente com suas políticas". Segundo Churchill, a empresa recuperará o churn causado pela correção na base. "Não acredito que em um trimestre, mas até o primeiro trimestre do próximo ano", afirmou o executivo. Além disso, a desvalorização do real impactou fortemente no resultado da Sky. A diferença cambial alterou em US$ 39 milhões as contas da DTVLA. A previsão de investimentos para a operação brasileira caiu de US$ 2 bilhões US$ 1,8 bilhões. Os gastos com publicidade também pressionaram a margem de lucro operacional na América Latina, sobretudo no Brasil.

Para o presidente da DTVLA, o Brasil é um investimento importante no longo prazo, fomentado pela penetração abaixo de 30% do serviço de TV e o crescimento da classe média. O crescimento, diz, se dará com mais austeridade nos critérios de crédito e maior investimento no upgrade. Além disso, podem ser explorados novos modelos de cobrança, para se aproximar da crescente classe média. "O Brasil tem uma população jovem e um mercado médio crescente. Analisamos o País no longo prazo e estas condições não devem mudar mesmo que haja uma desaceleração econômica", garantiu o executivo.

Segundo Mike White, o churn já começou a cair significativamente em julho no Brasil. 

Churchill revelou na conferência que 31% da base de assinantes da Sky (cerca de 1,5 milhão de clientes) já contam com o serviço em alta definição.

DirecTV

O crescimento no segundo trimestre da DirecTV foi de 7%, puxado por um ARPU maior na DirecTV US, bem como crescimento da base na operação estadunidense e na da DTVLA nos últimos 12 meses. Segundo a companhia, esse crescimento foi amenizado pelo ARPU baixo na DTVLA, principalmente por conta taxas de câmbio desfavoráveis. Ainda na operação global, o lucro operacional antes de depreciação e amortização cresceu 4%, para US$ 2,08 bilhões, enquanto o lucro operacional caiu para US$1,35 bilhão. A margem de lucro caiu, segundo a DirecTV, por conta de custos mais altos de programação tanto na DirecTV US, quanto na DTVLA. Além disso, a margem de lucro operacional também foi impactada por depreciação e amortização maiores na DTVLA e na DirecTV US, como resultado de custo mais alto com aluguel de equipamentos e gastos com infraestrutura, além de custo maior de instalação e de equipamentos por conta do churn maior na Sky Brasil.

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