A supervisão remota de dispositivos digitais em uso por empresas brasileiras poderia movimentar mais de R$ 183 bilhões por ano, caso todos esses equipamentos fossem gerenciados por prestadores de serviços de TI, os chamados MSPs (Managed Service Providers).
A estimativa é de um estudo realizado pela ADDEE, empresa especializada em soluções para esse segmento. A projeção leva em conta o uso de 190,7 milhões de dispositivos em ambientes corporativos, calculados a partir de cruzamento de dados recentes da FGVcia, do IDC e do relatório Panorama da Comunidade MSP.
O cálculo considera o valor médio de R$ 80 por mês por dispositivo gerenciado. Essa estimativa, afirmou a empresa, se aplica a computadores, notebooks, tablets e smartphones utilizados por empresas.
Já no setor público e educacional, o estudo projeta outros R$ 81,9 bilhões em potencial, com base em 85,3 milhões de aparelhos. Já os consumidores finais (45% do total de dispositivos) não entraram no escopo da estimativa de receita.
Percentual de participação | Volume de aparelhos | Preço Unitário por mês | Valor potencial por ano | |
Empresas | 38% | 190.760.000 | R$ 80,00 | R$ 183,1 bilhões |
Governo e Educação | 17% | 85.340.000 | R$ 80,00 | R$ 81,9 bilhões |
Consumidor Final | 45% | 225.900.000 | _ | _ |
Demanda
"Claro que no universo de empresas brasileiras existem muitas que têm condições de gerenciar internamente seu parque tecnológico, mas considerando que a maior parte do ecossistema corporativo brasileiro é composta por PMEs e microempresas, é possível imaginar que uma parcela significativa delas tenha os MSPs como uma alternativa bastante atrativa", comentou o CEO e fundador da ADDEE, Rodrigo Gazola.
Segundo ele, o avanço dos ciberataques e a escassez de profissionais de TI também impulsionam a demanda por serviços gerenciados. O estudo ainda mostra que o setor de MSPs está se consolidando. Em 2019, 19% das empresas eram tocadas por uma só pessoa. Em 2024, esse número caiu para 10%. Mais da metade emprega até nove pessoas.