O conselheiro Moisés Moreira, que preside o Gaispi (Grupo de Acompanhamento das Obrigações da Faixa de 3,5 GHz), disse que a agência liberará a faixa de 3,5 GHz em Brasília na primeira quinzena de julho, mas disse que "se algumas coisas acontecerem conforme solicitado, vejo a possibilidade de que essa liberação aconteça já na próxima semana", disse ele, sem dar detalhes do que seriam estas demandas. Moreira deu as declarações ao participar do evento de lançamento da estratégia de 5G da Claro, quando ele mesmo, em tom de brincadeira, provocou a empresa ao fazer uma pergunta sobre quando o serviço seria efetivamente lançado. Márcio Carvalho, CMO da Claro, também em tom de ironia, respondeu dizendo que aguardava apenas o sinal verde da Anatel.
Segundo apurou este noticiário, um dos problemas enfrentados pela EAF (empresa responsável pelo trabalho de liberação da faixa de 3,5 GHz) é conseguir incluir no programa de instalação de filtros de mitigação de interferências na banda C empresas que utilizam serviços profissionais de satélite (FSS) e que só recentemente se cadastraram junto à agência. Se essas empresas "retardatárias" puderem ser contempladas no programa de mitigação de interferências, seria possível liberar a faixa de 3,5 GHz imediatamente em Brasília. Para isso, a Anatel teria que mexer nos prazos de tolerância para os cadastros de usuários de serviços FSS e a EAF teria que, rapidamente, conseguir fazer a instalação dos filtros. As duas manobras estão sendo equacionadas.
Moreira ressaltou que a liberação da faixa de 3,5 GHz é um desejo da agência: "Não quero liberar o 3,5 GHz só em Brasília, quero liberar em todo o Brasil, mas isso precisa ser feito com certos cuidados para dar segurança ao processo", disse Moreira. Segundo ele, Brasília está funcionando como cidade piloto para levantamento dos problemas que podem ser enfrentados no restante do Brasil na liberação da faixa. "Tenho certeza que nas outras capitais será mais simples porque poderemos contornar os problemas", disse ele.