Em seis meses na pasta, ministro Marcos Pontes dedicou 44 dias à agenda internacional

Em seis meses desde o início do governo Jair Bolsonaro, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes, fez 11 viagens internacionais. Dos 180 dias desde a posse, 44 dias (25% do tempo) foram em missão, descontado o período de sete dias em maio (de 15 a 21), quando pediu afastamento por motivos particulares. Na agenda do ministro, encontro com autoridades, visitas a empresas e instituições de pesquisa e líderes religiosos, além de duas idas a Israel. A maior parte dos compromissos teve como tema a estratégia aeroespacial, em linha com a formação do ministro e com uma das prioridades definidas pelo MCTIC, que é a exploração comercial de Alcântara, além de encontros voltados à área de pesquisa e inovação. 

Antes mesmo de completar um mês no governo, Pontes já emendou o primeiro destino internacional. Na primeira de duas viagens que faria à Israel somente no primeiro semestre, Marcos Pontes teve agenda com reunião com autoridades governamentais nas áreas de ciência, tecnologia e inovação. O objetivo principal era o de conhecer a tecnologia de dessalinização israelense. Tanto que ele se reuniu com dirigentes de instituições de pesquisa e com representantes de infraestruturas de alta tecnologia na área de recursos hídricos, além de participar da Conferência "Cybertech 2019".

No final de fevereiro, Pontes visitou a Mobile World Congress (MWC), em Barcelona. No evento, ele participou de reuniões com executivos de operadoras brasileiras e fornecedores internacionais. No domingo antes da MWC, o MCTIC promoveu encontro com Ministro de Ciência, Inovação e Universidades do Governo de Espanha, Pedro Duque.

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A passagem por Washington na comitiva do presidente Jair Bolsonaro em março resultou em reunião governamental com o presidente Donald Trump, quando foi assinado o acordo de salvaguardas tecnológicas que permite aos Estados Unidos e outras nações o lançamento de satélites a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. Mas a agenda incluiu até "reunião governamental" com "lideranças religiosas", embora o conteúdo do encontro não tenha sido divulgado na agenda. Antes dessa passagem pela capital norte-americana, ele ficou por 10 dias em Houston, onde teve encontro com autoridades e visitou o centro espacial Johnson da Nasa.

Em abril, Pontes voltou à Israel em missão diplomática com o presidente. A agenda do ministro não foi divulgada, e o ministro não chegou a comunicar suas atividades nem pelas redes sociais. Em maio ele pediu afastamento por uma semana por motivos particulares. 

Maratona

Junho foi o período de maior atividade internacional do ministro. No começo do mês, Pontes visitou o Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, onde encontrou com representantes da Agência Espacial Europeia e visitou as "obras" do foguete Ariane 6, da Arianespace. Ele também se reuniu com autoridades na capital, Caiena. Dois dias depois, além de acompanhar o presidente Bolsonaro em cerimônia de "oferenda floral", Marcos Pontes se reuniu o ministro de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia da Argentina, Alejandro Finocchiaro e com o secretário de Ciencia, Tecnologia e Innovación Productiva, Lino Barañao.

Quando esteve na França, já no dia 17 de junho, o ministro assinou declaração conjunta de interesse entre a Agência Espacial Brasileira e o Centro Nacional de Estudos Espaciais da França (CNES), com presença do presidente Emmanuel Macron. Ele também teve reunião com o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, além de se reunir com representante das Forças Armadas francesas e com a ministra do Ensino Superior, Pesquisa e Inovação da França, Frédérique Vidal. 

Logo depois, ele seguiu para Áustria, onde se reuniu com a ministra da Educação, Ciência e Pesquisa, Elisa Rauskala, para assinar acordo de cooperação científica e tecnológica entre os dois países. Pontes ainda visitou o Urban Innovation Vienna, órgão responsável pela coordenação do projeto de cidade inteligente da capital austríaca. 

Na viagem aos Emirados Árabes Unidos, o ministro visitou a sede da operadora satelital Yahsat, além de negociar a "possibilidade de cooperação" entre Brasil e o Catar para temas como segurança cibernética e cidades inteligentes. Em Dubai, Pontes se encontrou com o príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Mohammed bin Zayed Al Nahyan (também conhecido pelas iniciais MBZ), efetivo governante daquele país e criticado por suas inclinações bélicas (além de acusações de perseguições políticas).

Nesta segunda-feira, 1º de julho, o porta-voz do Palácio do Planalto, Otávio Rêgo Barros, afirmou que o governo federal brasileiro deverá prestar contas em 20 dias, quando completar 200 dias de gestão. Na agenda do ministro do MCTIC já consta seu retorno ao Brasil nesta data.

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