Xiaomi importou 3,2 mil peças do Redmi 2 em maio

O primeiro lote de vendas do Redmi 2, smartphone escolhido pela fabricante chinesa Xiaomi para entrar no mercado brasileiro, deve ser relativamente pequeno. Um levantamento feito pelo analista Leonardo Munin, da IDC, com base em dados públicos de importação da Receita Federal, revela que em maio a Xiaomi importou para o País 3,2 mil unidades do produto. Considerando que são vendidos entre 4 e 5 milhões de smartphones por mês no Brasil, trata-se de uma quantidade pequena. Cabe lembrar que o volume disponibilizado para os brasileiros vai crescer depois que a Xiaomi iniciar a produção local, com a Foxconn.

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As vendas serão abertas em breve, através do site da empresa no País. A tendência é que o primeiro lote se esgote rapidamente e gere bastante burburinho nas redes sociais. Quem conseguir comprar fará propaganda espontânea e ainda haverá muita gente na fila de espera para os lotes seguintes. É uma estratégia similar àquela adotada pela Asus ao entrar no mercado brasileiro de smartphones.

Marca e venda on-line

A estratégia de vender seus produtos somente através da Internet gera um enxugamento de custos para a Xiaomi que a permite praticar preços mais agressivos – o Redmi 2 será vendido por R$ 499 à vista. Porém, traz consigo algumas limitações: apenas metade da população brasileira acessa à Internet e uma parcela menor ainda têm cartão de crédito ou conta em banco para fazer a compra. Há ainda o desafio logístico de percorrer longas distâncias em vias precárias para realizar entregas em tempo curto.

Outro desafio da Xiaomi está no marketing. Uma das características do consumidor brasileiro no mercado de smartphones é a sua sensibilidade à marca. De acordo com a IDC, no primeiro trimestre, por exemplo, sete marcas globais concentraram 95% dos smartphones vendidos no Brasil: Samsung, LG, Motorola, Apple, Microsoft, Sony e Alcatel One Touch. É diferente de outros mercados em que a Xiaomi fez sucesso, como China e Índia, onde os consumidores estão abertos a marcas novas e/ou locais. Será que a Xiaomi conseguirá vencer essa resistência do brasileiro apenas com marketing boca a boca nas redes sociais, sem investir em mídia de massa?

Por todas essas razões, o impacto da Xiaomi neste primeiro momento deve ser pequeno. Na opinião de Munin, talvez a empresa precise rever sua estratégia no médio ou longo prazo se quiser ganhar escala, seja optando por mídia de massa ou por novos canais de distribuição, como uma parceria com algum varejo físico ou com uma operadora. Mas aí talvez a conta não feche para alcançar um preço tão competitivo.

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