Mercado dos EUA é o desafio da Huawei; transparência é obstáculo

A Huawei é uma empresa fornecedora que tem conquistado posição relevante ou de liderança na maior parte das áreas ou dos mercados em que atua, sobretudo em mercados emergentes. Esse processo começou com uma expansão inicial pela Ásia, África, Leste da Europa e América do Sul, respectivamente, depois que o mercado chinês permitiu à empresa ganhar escala necessária. Segundo Ross Gan, principal executivo de comunicação da empresa, ao contrário do senso comum, o crescimento nessa região não foi baseado apenas na redução de custos para as operadoras. "Esse foi um dos elementos, mas o fundamental foi a flexibilidade de adaptar o que oferecíamos ao que as operadoras de fato precisavam, sem impor modelos ou tecnologias", diz Gan.
Mas a Huawei ainda está longe de ter uma presença relevante em um dos principais mercados do mundo, o da América do Norte. A razão para isso, explica Ross Gan, passa pelo fato de a empresa ter demorado muito para se movimentar para esse mercado, mas também por uma resistência das operadoras norte-americanas que mantinham fortes laços com fornecedores tradicionais da região como Motorola, Nortel e Lucent (hoje Alcatel-Lucent). Já o norte-americano Ron Raffensperger, diretor de marketing da divisão de core network da Huawei, reconhece que uma das razões que certamente pesou para essa dificuldade foi a falta de conhecimento em relação à estrutura da Huawei, o que gerou desconfiança no mercado. "Precisamos melhorar nesse quesito e mostrar mais transparência", diz. Ross Gan ressalta que o fato de a empresa não ser listada em bolsa não significa que ela seja menos transparente ou que tenha algo a esconder, como por exemplo uma eventual participação do governo chinês em sua estrutura. "Simplesmente não somos listados em bolsa, mas somos uma empresa que funciona como uma cooperativa de funcionários, que são os sócios da Huawei, e nossos engenheiros têm uma atuação extremamente próxima dos clientes. Isso dá transparência à nossa atuação. De qualquer forma, estamos trabalhando em formas de padronizar e abrir mais informações para o mercado a cada ano", diz. A empresa assegura que não tem participação do governo chinês e que é hoje uma empresa 100% privada.

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