Um dos cinco grandes operadores precursores do movimento Open RAN global, a Telefónica, tem a expectativa de que o Open RAN esteja disponível para roll-out em larga escala de redes macro células ainda em 2022. Mas, apesar desse desejo, analistas de mercado veem que serão poucas as implantações da tecnologia em rede não greenfield (rede já existente) antes de 2023, com o potencial de aplicação focado, inicialmente, em redes estruturadas e em aplicações para empresas e redes privadas.
E é a partir de 2023 que a tecnologia deverá ganhar ainda mais destaque. Estima-se que dois terços das células da rede de acesso móvel serão Open RAN em 2026, conforme analisado por Jeremy Faul, IBM Business Development Consulting and Transformation.
Vislumbrando esta oportunidade, no Brasil, as grandes operadoras já começaram as suas próprias investigações com relação ao Open RAN, por meio de documentos de solicitação de informações (RFIs) e testes, particularmente com foco na tecnologia 5G. Além das operadoras, também se observa um grande interesse de empresas que têm intenção de criar redes privadas e que poderão adotar essa tecnologia aberta.
Para satisfazer as expectativas iniciais e, assim, ser mais competitiva do que as redes RAN tradicionais, a solução Open RAN precisará atender os requisitos de qualidade, segurança e eficiência energética, além de suportar 4G e 5G nas arquiteturas Non-Standard Alone e Standard Alone, operando com capacidade de compartilhamento.
Atualmente, os principais desenvolvedores da tecnologia O-RAN, além dos grandes vendors, já dispõem de soluções que atendem tal arquitetura desagregada e virtualizada, porém ainda em um estágio inicial de maturidade. Para alavancar este cenário, as empresas precisam ter plena consciência da necessidade de existir uma entidade responsável pela coordenação e gestão da integração dos diversos componentes, assumindo o papel de único ponto de contato dentro da implantação do ecossistema.
Vale lembrar que, em um cenário com múltiplos fornecedores para composição da solução, o papel do integrador de sistemas é fundamental para o sucesso da sua implementação. Isso porque, se por um lado a diversificação de vendors traz diversos benefícios, por outro ela aumenta a complexidade e os riscos na integração entre as distintas funções fornecidas por variados provedores.
A solução para todos esses desafios pode estar na função do integrador de sistema, que com sua expertise em múltiplas tecnologias, em gerenciamento de projetos e sua natureza agnóstica em relação aos fornecedores, traz uma vantagem essencial para o pleno sucesso da evolução de projetos de Open RAN.
* Sobre o autor – Rodrigo Christofoletti é analista de backbone na Logicalis Brasil. As opiniões expressas nesse artigo não necessariamente representam o ponto de vista de TELETIME.