Mobilidade ainda é um problema para empresas de TV a cabo

Se as empresas de telecomunicações apostam suas fichas nas tecnologias HSPA e LTE para suprir à demanda por mobilidade na banda larga, a indústria de TV a cabo, que nos EUA domina o mercado de Internet em alta velocidade, tem um problema. Desde 2008 algumas das principais operadoras, como a Comcast e a Time Warner, montaram uma joint venture de US$ 14 bilhões com a operadora de telefonia Sprint, com a Clearwire (ambas detentoras de licenças e fomentadoras da tecnologia WiMax), com a Intel e com a Google para desenvolver o mercado de banda larga móvel. Desde então, a parceria não deu frutos concretos que entusiasmassem o mercado. Ao contrário, houve adiamentos dos planos de lançamento de operações, previsões ruins sobre as necessidades de investimento e mesmo a Comcast adotou um caminho próprio, adquirindo frequências de wireless broadband para ter um plano B. E na edição da NCTA Cable 2009 os operadores de cabo tiveram que dar uma resposta sobre como resolverão o complexo quebracabeça da mobilidade. Trata-se do maior evento de cabo dos EUA, que acontece esta semana em Washington, curiosamente nos mesmos dias em que se realiza em Las Vegas a CTIA, principal convenção das empresas de telefonia celular norte-americanas.
Para os principais CEOs da indústria de cabo, não há dúvida de que o próximo passo da banda larga é a mobilidade. "Estamos levando o serviço de internet para um novo patamar de velocidade. Agora precisamos levar esse mesmo serviço para onde as pessoas estiverem, e a mobilidade é fundamental", disse Brian Roberts, presidente da Comcast. Mas, segundo o executivo, essa é uma tarefa nem um pouco trivial. "Existe um esforço de construir a rede, de investir, de atender e de desenvolver aplicações que é complexo para quem não tem redes móveis. Por isso apostamos muito na parceria com a Clearwire e com a Sprint", disse.
Já o presidente da Clearwire e pioneiro da indústria de telefonia celular nos EUA, Craig McCaw, lembrou que a mobilidade faz parte da própria noção de internet. "A demanda das pessoas será por um acesso móvel. Nunca uma plataforma teve tantos aplicativos e conteúdos desenvolvidos em tão pouco tempo como aconteceu com o iPhone. Por isso as redes móveis são fundamentais", disse, sem contudo explicar as razões da demora pelos tão esperados frutos.

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A Clearwire prefere dizer o que pretende fazer, sem revelar como. "O que queremos oferecer é um serviço três vezes mais rápido custando um décimo do preço por kbps em relação ao que oferecem as empresas de telefonia celular". Nos EUA, tudo indica que o futuro da mobilidade do cabo, por enquanto, ainda está nas redes de WiMax, mas quando virão os resultados? Para Jerald Kent, presidente de uma pequena operadora de cabo, a Suddenlink, com cerca de 1,3 milhão de assinantes, talvez esse não seja um negócio para operadoras de TV por assinatura. Para ele, Google e o Skype já estão se preocupando com isso, o que é o bastante.

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