A chairwoman do FCC, Jessica Rosenworcel, pediu às operadoras e fabricantes de equipamentos de telecomunicações que comecem a pensar, imediatamente, no que será o 6G. "O que aprendemos é que o mundo wireless importa, tanto para a nossa economia quanto para a nossa segurança nacional, e isso vale para os EUA e para outros países", disse ela, em referência indireta à disputa geopolítica entre EUA e a China no 5G. Segundo a chairwoman, "é hora de pensar a sério o que significa o 6G e essa comunidade está em posição ideal para isso. Ainda que a padronização não exista ainda, já existe muita pesquisa sobre transmissão de dados em bandas ultra-altas, de centenas de gigahertz e até terahertz. São faixas muito mais frágeis e precisamos entender como explorá-las", disse em seu discurso no MWC 2022.
Para Jessica Rosenworcel, é preciso começar a estudar também as faixas de 7 GHz a 15 GHz e buscar esforços de harmonização para o 6G. "É o que garantirá que a nova geração móvel atenda a todos e em todos os lugares".
Ela lembrou que nos primeiros estágios do 5G já havia sinais de vulnerabilidade nas cadeias de suprimentos e mudança nos padrões, e desenvolvimentos pela necessidade de mais segurança. "Se não aprendermos do que veio antes não teremos os benefícios de um bom planejamento", disse ela.
Para a chairwoman, essa foi a razão de a FCC ter lançado um comitê de aconselhamento científico para "garantir que os EUA continuem na liderança".
Mais espectro para 5G
No seu discurso no Mobile World Congress 2022, em Barcelona, Rosenworcel também anunciou que a FCC deve realizar em julho mais um leilão para 5G, desta vez no espectro de 2,5 GHz (no Brasil em uso para o 4G). Será o maior bloco de espectro disponível abaixo da faixa de 3 GHz e o objetivo da FCC é ampliar a cobertura do 5G nas grandes cidades, disse a presidente do órgão regulador, destacando também a iniciativa de buscar oportunidades no espectro entre 2,1 GHz e 2,4 GHz.
Ela também anunciou que pretende provocar a FCC até o próximo mês uma consulta sobre performance e padronização das tecnologias de recepção para que se explore outras oportunidade de uso de espectro de maneira mais eficiente. É uma forma de aprimorar as especificações para uso de equipamentos, e eventuais ajustes regulatórios, para que todo o espectro possa ser utilizado. A ideia da FCC é ter um ambiente que contemple novos e antigos detentores de espectro de maneira mais harmoniosa.