Eficiência energética e sustentabilidade na agenda das teles

Um tema dominante na edição de 2022 do Mobile World Congress, que acontece esta semana em Barcelona, é o da sustentabilidade e otimização dos gastos de energia das redes de telecomunicações. Por tabela, o debate também transcende para o papel que as tecnologias de comunicações em geral, mas de conectividade especificamente, podem ajudar outros mercados a níveis de redução das taxas de carbono.

Segundo dados apresentados pela Accenture em um painel do evento que discutiu estratégia das operadoras para alcançar a eficiência energética, o processo de transformação digital pode representar até 9% de melhoria de consumo energético no setor de energia, 13% em indústrias, 13% na agricultura e 18% nos setores de construção e transporte. Até 2030, a estimativa da Accenture é que as tecnologias digitais representem 13% da redução de emissões de carbono no mundo, apontou Albert Tan, global leader de sustentabilidade da Accenture. 

Um aspecto importante é que estes ganhos energéticos colaterais são importantes para justificar, do ponto de vista do consumo de energia, a implementação do 5G. O grande desafio da indústria é que, ainda que o 5G esteja hoje em patamares de eficiência energética melhores do que as gerações anteriores, o aumento no consumo de tráfego de dados faz com que mais rede seja demandada e, portanto,o gasto total com energia tenda a ser maior no 5G.

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O tema já havia aparecido na fala de abertura do evento de José Maria Alvarez-Pallete, CEO da Telefónica e chairman da GSMA. 

Um aspecto levantado por Micaela Giuhat, diretora de políticas de 5G da Microsoft, é que a indústria de telecomunicações ainda dá pouca atenção ao problema do consumo energéticos dos dispositivos do usuário. Miriam Tuerk, CEO da Clear Blue, trouxe um dado relevante para reforçar o ponto da executiva da Microsoft. "As pessoas não se dão conta do problema porque o custo da energia não é um problema, mas em alguns países da África, o custo da energia é tão alto que as pessoas se preocupam com a quantidade de vezes que vão precisar colocar o celular para carregar".  Segundo a executiva, muitas vezes, para as operadoras, os planos de dados em 2G são os mais rentáveis porque as pessoas preferem usar essa tecnologia, que gasta menos energia, ao 3G ou ao 4G.

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