Mesmo que otimista com o formato do edital de 5G aprovado na última semana pela Anatel, a TIM pretende focar nas faixas de 3,5 GHz e 26 GHz durante o certame de espectro – deixando assim o 2,3 GHz de lado.
A sinalização ocorreu durante encontro com investidores promovido pela empresa nesta segunda-feira, 1. "Haverá muitas frequências [à venda], o que não significa que todos vão comprar todas. Nós estamos olhando o 3,5 GHz e também as ondas milimétricas [26 GHz], que podem ser interessantes", assinalou o CEO da TIM, Pietro Labriola.
Neste sentido, o 2,3 GHz ficaria fora do roteiro de aquisições. O mesmo vale para o 700 MHz, onde a companhia já não poderia competir, de acordo com as regras definidas pela Anatel.
Sobre os 26 GHz, Labriola afirmou não ter certeza se a faixa seria "verdadeiramente móvel", mas apontou a intenção da operadora de construir backhaul móvel a partir do ativo.
Durante o encontro, a companhia também destacou que, com a compra da Oi Móvel ao lado de Claro e Vivo, há expectativa de redução de um "gap histórico" de espectro frente às concorrentes.
Positivo
De maneira geral, o comando da TIM realizou uma avaliação positiva do edital de 5G construído pela Anatel. Segundo Labriola, o governo acertou na "escolha da política pública", podendo realizar um leilão pioneiro de caráter não arrecadatório. A tele já havia se manifestado favorável à exigência do Release 16 para obrigação de cobertura do 5G.
Mesmo o valor total do certame estimado pela Anatel (potenciais R$ 35 bilhões sem contar obrigações) não chega a preocupar a empresa, que destacou a grande capacidade que será colocada à disposição. "Quando alguém olha o valor de todas as frequências, pode até parecer grande, mas é porque será o maior leilão da história do Brasil", argumentou Labriola.