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GSMA: consolidação é saída e empresas de conteúdo podem ser alvo

A previsão do mais recente estudo da associação global de operadoras móveis GSMA, divulgado nesta quarta-feira, 1°, é que as operadoras sofram ainda mais pressão na margem EBITDA, resultando em uma queda de 35,7% na média da região em 2012 para 29,5% em 2020. A saída seria a redução da quantidade de players no mercado, na visão da entidade. “A consolidação é natural para manter a indústria rentável – se não, a economia será insuficiente”, declarou o diretor da GSMA para a América Latina, Sebastian Cabello. Por outro lado, a associação diz que é preciso também ter foco em competição. Ele explica que essas fusões não seriam necessariamente horizontais, mas, por exemplo, entre teles e empresas de conteúdo, sobretudo para concorrer com as over-the-top (OTT). “A consolidação é algo natural e precisa ter escala, mas tem mais do que competição, os atores vêm de lados distintos”, justifica, citando casos com a Vivendi (que tem participação na Telecom Italia) e Clarín, na Argentina.

Cabello enxerga uma “relação de amor e ódio” com as OTTs, mas a aparência ainda é mais de competição do que de namoro, a despeito, por exemplo, do tratamento simpático dado à Netflix, cujo CEO, Reed Hasting, teve destaque como um dos keynote speakers do evento.

A GSMA sugere uma redefinição do conceito de poder de mercado significativo (PMS), levando em conta o contexto da dominância. “O mais relevante é a questão do PMS: na mensageria, o iMessage verde (quando é enviado como SMS) vai para o regulado, enquanto o azul (pela Internet), não, mas um compete com outro”, exemplifica o executivo. Ou seja: na visão da entidade, se há disputa, ainda que utilizando outros meios, o OTT deveria ser regulado de forma igual.

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Além de querer regras simétricas com as OTTs, a GSMA pede que a regulação permita maximização de inovação e investimento, com “benefícios diretos”, promovendo competição e proteção. “Queremos regulação a prova de futuro”, que promova investimento e inovação, baseada em funcionalidade, dinâmica (ex-ante, em vez de ex-post) e construída de baixo para cima (bottom-up).

Espectro

Esses argumentos também servem de fundamento para o setor poder maximizar o investimento de rede, disponibilizando o potencial da próxima geração de redes, a 5G. A entidade entende que serão necessárias novas tecnologias de rede e, especialmente, novas frequências. Um dos alvos da indústria é a banda L, de 1,4 GHz, que a GSMA diz estar trabalhando pela liberação no Brasil. Outros alvos são as faixas de 3,4 GHz e 2,8 GHz, e a faixa de 600 MHz, que foi recentemente oferecida em leilão reverso nos Estados Unidos. Também a faixa de 28 GHz, separada para serviços de satélite, também é alvo do apetite das operadoras móveis. Na visão de Cabello, a destinação da faixa pode ser resolvida com o tempo. “Em 2007, se identificou que (a faixa de 700 MHz) poderia ser usada para a banda móvel, então fez o switch off”, compara, citando o caso brasileiro, que leiloou o espectro em 2014, mas só agora está permitindo a operação comercial.

Dados

A entidade também divulgou números de 4G nesta quarta-feira. A América Latina chegou a 113 milhões de conexões LTE ao final de 2016, um crescimento de 121% em relação ao ano anterior, com uma cobertura de 69% da população da região. Segundo a previsão da GSMA, em 2020 esse percentual chegará a 82%, enquanto o total de linhas será de mais de 300 milhões, representando 40% do total da base latino-americana. Os números se refletem no uso de smartphones: foram 372 milhões de usuários, representando 55% do total de acessos móveis e devendo chegar a 551 milhões no final do período previsto. No total, 97 operadoras móveis lançaram comercialmente redes 4G em 39 países na região até o final do ano passado.

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